Corretores agregam valor com oferta do seguro viagem

Período de férias indica tendência de recuperação econômica

Sergio Moro
Raphael Alexander, CEO da QBE Seguros. Divulgação

Mesmo com o período de instabilidade econômica, as pessoas não deixaram de aproveitar as férias para conhecer novos destinos nacionais e principalmente os internacionais. Com 50% de marketshare no Brasil, a QBE Seguros e seu CEO, Raphael Alexander, acreditam que o Seguro Viagem precisa ser mais abordado pela mídia. “Vemos problemas por falta de informação, contratações de coberturas que não condizem com a expectativa do segurado e que desencadeiam em uma série de outras questões”.

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O consumidor em potencial das coberturas para viagens já possui algum conhecimento e reconhece a importância de contratar uma apólice. No entanto, Alexander explica: “Algumas pessoas pensam que apenas adquirindo um produto como este estarão tranquilas e não é bem assim”. O CEO lembra que nos Estados Unidos, por exemplo, os gastos médicos são mais elevados. “Digamos que você escolha uma cobertura que já esteja no pacote, provavelmente, ela será insuficiente”.

“Acredito que pelo baixo grau de consciência em nível de importância e proatividade para o mercado de seguros, as pessoas passam por dificuldades muito grandes em viagens justamente pela não obrigatoriedade da contratação de seguro em todos os países, tal qual, a Europa já faz”, estima.

O seguro viagem é tão importante quanto reservar o hotel. O custo com saúde no exterior pode ser muitas vezes superior aos gastos com o destino. “Um de nossos clientes, por exemplo, passou por um problema de saúde em um navio do Caribe, precisou desviar rota e o valor para este atendimento ultrapassou R$ 700 mil. Por sorte, ele tinha um seguro que disponibilizava esta cobertura. Imagine se ele tivesse contratado o seguro padrão, estimado em US$ 30 mil. Teria uma grande dificuldade para pagar esta dívida toda. Normalmente as pessoas viajam para descansar, ou até mesmo trabalhar, ainda assim, não querem uma preocupação com este tipo de coisa. Nossa central ainda presta serviço de forma agregada, no sentido de orientar condições ao segurado”, conta.

Corretor de Seguros desperta para o agregamento de valor

A adesão dos corretores ao seguro viagem é muito recente e crescente. “Normalmente, os profissionais focavam mais em automóvel e residência”, relata o executivo. Este movimento pode ser atribuído a diversos fatores, como a queda na venda de veículos, a nova regulamentação do seguro viagem. “Sem dúvida alguma os profissionais deveriam aproveitar e agregar outras proteções para seus atuais clientes. As agências de viagem ainda são nossas maiores parceiras”, completa.

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Nova regulamentação do Seguro Viagem

Raphael Alexander explica que era bastante complexo competir em uma área não regulada. “Nós somos seguradores e temos diversas preocupações técnicas, como constituição de reserva e capital. Antes disso, qualquer empresa poderia vender isso como serviço (assistência viagem). Isso não tinha nenhuma segurança, era um risco para o consumidor. A partir de março deste ano isso foi revertido, um ganho para o consumidor. É a segurança de que haverá o dinheiro para indenizar o segurado caso aconteça algum imprevisto”, conclui.

Seguro Carta Verde

O Seguro Carta Verde não possui relação com o seguro viagem. O executivo explica que este é um seguro para motoristas que transitam pelo Mercosul, apenas para indenizações para acidentes com veículos. “Ele não substitui o seguro viagem. O carta-verde funciona como um seguro obrigatório, não será suficiente caso o segurado precise de um tratamento, por exemplo”, demonstra.

Custo médio das apólices

O seguro de, no mínimo, 30 mil euros exigido para ingresso na União Europeia visa evitar que os turistas usem o serviço público de saúde e geram custos para os países. O custo médio para um seguro deste tipo pode ser de 100 dólares. (Isso varia, de acordo com o perfil do segurado, o destino e diversos outros fatores). “O valor do seguro é muito pequeno em relação a cobertura que o consumidor está adquirindo”, afirma.

Despertar da economia

A QBE Seguros segue crescendo este ano, realizando investimentos e contratações. Mesmo com uma queda de 40% no índice de pessoas viajando no primeiro semestre, a expectativa é positiva. “A partir de junho e com a queda do dólar, já observamos um aumento superior a 10% nas viagens internacionais. É uma importante oportunidade para expansão do ramo de seguro viagem”, analisa. Raphael Alexander acredita que o dólar não deva possuir grandes variações nos próximos balanços. Isso deve refletir também em outras linhas, com a volta da atividade econômica começam investimentos em todos os setores, o que gira a economia. “Começamos a enxergar uma tendência de melhora para o próximo ano”, estima.

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