Impeachment: momentos finais

Saiba o que acontece na fase final do julgamento de Dilma no #GirodoMercado Especial

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Não inventei a crise”, disse Dilma

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“Querer dizer que a crise fiscal do país é por conta de três decretos e uma operação de subsídio é inverter completamente a realidade. Não sei em que mundo estaríamos se uma crise na proporção que o Brasil está vivendo fosse devido a isto”. A declaração é da presidente afastada Dilma Rousseff em resposta a uma pergunta da senadora Simone Tebet (PMDB-MS) que quis saber se a petista se arrependia da política fiscal adotada durante seus mandatos. Simone afirmou que o governo Dilma “vendeu um Brasil irreal aos brasileiros”  e a “maquiagem” das contas levou à perda de confiança dos investidores, recessão e desemprego recorde. “Não inventei a crise”, rebateu Dilma, que desde a manhã responde aos senadores no julgamento final de seu afastamento.

Governistas dizem que ré não está sendo convincente

Embora reconheçam que Dilma Rousseff dificilmente sairá vitoriosa do processo, senadores contrários ao impeachment, como Randolfe Rodrigues (Rede–AP) destacam que a presidente afastada fez nesta segunda-feira (29) um discurso histórico. A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) ressaltou que o discurso de Dilma foi “sereno respeitoso, mas contundente e forte, sem deixar de dizer que esse processo é uma farsa”. O líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), afirmou que, apesar das críticas dela ao governo Temer e a parlamentares governistas, o voto dos senadores não deve mudar. “Pode comover alguns lá fora, aqui dentro não”, afirmou.

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Senadores favoráveis ao afastamento definitivo de Dilma dizem que ela tem dado respostas muito técnicas e que, até então, não está sendo convincente em seus argumentos para desmontar a tese da acusação de que cometeu crime de responsabilidade.

Interrogatório no Senado opõe Dilma e Aécio

O senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, afirmou nesta segunda-feira (29), em pergunta dirigida a Dilma Rousseff durante interrogatório na sessão de julgamento do impeachment, que ela venceu a eleição de 2014 “faltando com a verdade e cometendo ilegalidades”. Ao responder, Dilma afirmou que, logo após a eleição, houve tentativas de se desestabilizar o governo e mencionou ações do PSDB. “A partir do dia seguinte da minha eleição, uma série de medidas políticas para desestabilizar o meu governo foram tomadas”, declarou.

Dilma critica Cunha e diz que não mentiu durante processo eleitoral

Questionada pelo senador Magno Malta (PR-ES), favorável ao impeachment, a presidente afastada Dilma Rousseff negou, na tarde desta segunda-feira, que tenha mentido durante as eleições de 2014 sobre o tamanho da crise econômica. Em tom irônico, o senador começou sua pergunta dizendo achar “admirável” os aliados continuarem ao seu lado, e os chamou de “espíritos de cachorro”. “Eu não menti no processo eleitoral, o que o senhor não pode querer é que só nós antecipássemos o tamanho da crise que vinha pela frente. Nós não temos uma bola de cristal para antecipar. É próprio do ser humano querer controlar o futuro, mas estamos no reino das estimativas. Sinto muito, mas o senhor não controla a realidade. Não se trata de relação de verdade ou mentira, mas de uma relação de estimativa”, justificou Dilma.

Antes, a presidente afastada fez duras críticas ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por iniciar o processo de impeachment na Câmara.

Impeachment é irreversível

O jornal Estado de São Paulo organiza desde o início do processo o placar que prevê como cada parlamentar deve votar, de acordo com declarações. Ao todo, ao menos 53 senadores já afirmaram que irão votar pelo impedimento definitivo de Dilma Rousseff. Outros nove votos não s

*Com informações de Agência Brasil, G1, Extra e Estadão.

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