PIB acumula queda de 4,6% no 1º semestre

Presidente da CNseg diz que perspectivas são mais animadoras para mercado segurador no 2º semestre

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil recuou 0,6% no segundo trimestre deste ano comparando-se aos três meses anteriores. Foi o sexto trimestre seguido de contração, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sobre o segundo trimestre de 2015, o PIB retrocedeu 3,8%. No primeiro semestre do ano, a queda acumulada foi de 4,6% em relação aos seis primeiros meses de 2015.

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Apesar do resultado, uma boa notícia foi o desempenho da indústria, que, em vez de contração, teve um crescimento de 0,3% no segundo trimestre, evitando uma queda ainda maior do PIB. Isso porque, no período, os setores de agropecuária e de serviços registraram retrocesso de 2% e 0,8%, respectivamente.

No caso da Formação Bruta de Capital Fixo, houve expansão de 0,4%, o primeiro resultado positivo após dez trimestres consecutivos em queda. Porém, já a Despesa de Consumo das Famílias, com a retração de 0,7%, registrou baixa pela sexto trimestre seguido.

Coriolano comenta resultado

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O presidente da CNseg, Marcio Coriolano, disse que, apesar de o PIB ter fechado no terreno negativo nos primeiros seis meses do ano, a previsão é de um desempenho melhor para o mercado de seguros no segundo semestre. “O entendimento é de que o País está piorando menos, o que já é uma boa notícia. O ambiente recessivo existe, mas o leve crescimento do PIB da indústria brasileira no segundo trimestre, apesar de ser muito pouco para indicar uma retomada, sinaliza que a queda pode não se aprofundar mais”, declarou ele em entrevista ao Broadcast nesta quarta-feira (31).

Nesse sentido, Coriolano lembrou que o desempenho de abril a junho do mercado segurador já foi melhor do que o visto nos três primeiros meses do ano. No primeiro trimestre, o mercado de seguros cresceu 3,6%, e, no segundo, 8,8%, informou ele. No primeiro semestre, o mercado de seguros acumulou crescimento nominal de 6,4% em relação ao mesmo período do ano passado, gerando arrecadação de R$ 113,9 bilhões. “Os indicadores mostram que as pessoas estão preocupadas em se protegerem e também protegerem o seu patrimônio, sentimento que alavanca em um cenário de incertezas no País, mas é claro que o desempenho do segundo semestre depende da retomada da economia brasileira”, declarou Coriolano ao Broadcast.

O cenário econômico foi outro tema tratado na entrevista. O presidente da CNseg defendeu a necessidade de recuperar os fundamentos da moeda e do crédito. “As pessoas esperam um desfecho bom para o Brasil independente da coloração partidária”, disse Coriolano.

Na entrevista, Coriolano aprovou a iniciativa de destravar a lei das concessões e de ampliar a participação do seguro garantia de obras públicas, dos atuais 5% para 30%. Para ele, estas duas questões devem gerar “impacto significativo” para o mercado de seguros, considerando-se um quadro de retomada das obras de infraestrutura no País.

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