Com liquidação da Nobre Seguradora, futuro do RC-Ônibus é questionável

Com mais de 60 anos de mercado, Antônio Delfim acredita que fatores técnicos e econômicos foram os responsáveis pelo fim das operações da companhia

No entendimento de Antônio Delfim, diretor da Livonius Parcerias, a liquidação extra-judicial da Nobre Seguradora se deu por fatores técnicos e econômicos e não por culpa do ramo de Responsabilidade Civil Ônibus. “Diferentemente do que afirmam alguns setores do mercado, entendo que não foi o RC-Ônibus o ramo responsável pela liquidação das últimas três seguradoras, mas sim, o somatório de vários fatores técnicos e econômicos, entre os quais a insuficiência de reservas”, destaca o executivo que possui mais de 60 anos de mercado segurador.

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“É evidente que houve também, por parte das companhias, uma equivocada opção na liquidação de sinistros, preferindo deixar a solução nas mãos da Justiça do que arcar com um acordo amigável, bem mais rápido e muito menos oneroso”, complementa.

A liquidação de uma companhia é uma enorme perda para todo o setor e o fenômeno torna incerto o futuro do RC-Ônibus. “O encerramento da atividade de uma empresa detentora de mais de 60% de toda a produção nacional do seguro de RCO/APP, como foi o caso da seguradora ora liquidada, poderá trazer profundas modificações na estrutura técnica do RC-Ônibus, visando atrair o apetite de outras congêneres. Ou mais ainda, obrigar o governo a adotar medidas extremamente radicais, impróprias e indesejáveis, dando a ele o mesmo tratamento que foi atribuído no passado à carteira do DPVAT”, concluiu.

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