“Para transformar crise em oportunidade é preciso investir em qualificação”

Maria Helena Monteiro acredita que, mesmo com a instabilidade econômica do País, as perspectivas para o setor em 2017 são promissoras

Com a missão de disseminar o ensino de seguros por todo o País, a Diretoria de Ensino Técnico da Escola Nacional de Seguros teve um ano intenso. Comandada por Maria Helena Monteiro, a área foi responsável pela formação de mais de 4 mil corretores, e promoveu o conhecimento sobre o mercado por meio de cursos, eventos e outras iniciativas.

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Maria Helena acredita que, mesmo diante da instabilidade econômica no Brasil, as perspectivas para o setor em 2017 são promissoras. “Para transformar crise em oportunidade é preciso investir em qualificação, para que o futuro não surpreenda”.

A Escola é a única instituição que oferece Cursos e Exames para Habilitação de Corretores de Seguros, que credenciam profissionais para atuarem na profissão. Como foi o resultado desse segmento neste ano?

Em 2016, atingimos todas metas previstas para os Cursos para Habilitação de Corretores de Seguros, que são o carro-chefe da Escola e foram realizados em 59 localidades. Registramos aumento de 24% no número de novos alunos, com mais de 5 mil inscritos, além de 1.800 matriculados no curso preparatório a distância para o Exame para Habilitação de Corretores de Seguros. Ao todo, foram 4 mil profissionais habilitados para a profissão.

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Conseguimos uma capilaridade muito boa e temos orgulho de levar o ensino do seguro ao Brasil inteiro. Já alcançamos muitas cidades do País e estamos sempre procurando aprimorar esse atendimento.

Além da habilitação de corretores, quais foram os destaques da Diretoria de Ensino Técnico em 2016?

Verificamos uma demanda muito grande por cursos técnicos. Registramos mais 1.300 inscrições na modalidade presencial e cerca de 3.600 matrículas no ensino a distância, incluindo aí cursos gratuitos.

Em 2016, a Diretoria passou por uma reestruturação e uma das nossas apostas foi o ensino no ambiente on-line. Fizemos um investimento muito significativo na Escola Virtual para, em 2017, continuar ampliando a oferta de cursos técnicos a distância, com a missão de expandir a capilaridade e atender o País inteiro.

Nos lugares onde ainda não conseguimos estar presentes fisicamente com o curso completo, queremos lançar, no segundo semestre, o curso para habilitação de corretores com disciplinas híbridas. O objetivo é atender a algumas cidades onde temos dificuldades de encontrar professores de disciplinas mais complexas. A ideia é termos uma carga horária presencial, na qual o professor irá apresentar o programa e tirar dúvidas, e posteriormente, o aluno fará a maior parte do curso on-line.

A Escola também dissemina o conhecimento sobre o setor através de outras ações. Como foram os resultados dessas iniciativas?

Um projeto que merece destaque é o Amigo do Seguro, programa de responsabilidade social que qualifica gratuitamente estudantes da rede pública para atuarem no mercado de seguros. Este ano preparamos 270 alunos, nas cidades de Campinas (SP), Recife (PE), Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Santos (SP) e Teresina (PI). Cem deles já estão no seu primeiro emprego, o que consideramos excelente num ano de crise.

Realizamos ainda 279 palestras gratuitas sobre diferentes assuntos relacionados ao mercado, em 109 localidades do Brasil, atingindo 14.000 participantes. Também organizamos 10 seminários, que reuniram em torno de mil presentes. Todos os dias úteis do calendário temos alguma coisa acontecendo em alguma parte do Brasil disseminando o conhecimento sobre seguros.

Promovemos edições da Oficina do Corretor de Seguros em seis cidades. Esse é um projeto muito importante também, pois permite um primeiro contato com o lado prático da profissão aos egressos dos Cursos para Habilitação de Corretores de Seguros. Somando-se todos os encontros, tivemos cerca de 500 participantes, que puderam interagir com representantes das maiores seguradoras do País, que nos apoiam integralmente nessa iniciativa.

Na área de parcerias internacionais realizamos o Programa de Treinamento no Exterior em Londres e aplicamos exames de certificação a 57 profissionais. Também organizamos encontros internacionais, como a palestra sobre o Lloyd’s, que, em duas edições, reuniu cerca de 150 participantes, e o 5º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro, prestigiado por mais de 450 pessoas.

Já que falamos da área internacional, vale lembrar que, no momento, estamos com inscrições abertas para o curso preparatório para o exame do 1º módulo da certificação internacional em Subscrição do The Institutes, que terá início em março do ano que vem.

Este ano também foi marcado pelo lançamento do 2º Estudo Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil, que mensurou a participação feminina no setor. Como você avalia os resultados da pesquisa?

Esse é o segundo estudo que realizamos sobre esse tema, que sempre deve ser mensurado, para conseguirmos avaliar a evolução do mercado. A pesquisa indicou que não evoluímos muito em relação à edição anterior, o que não foi uma surpresa para mim.

O número de mulheres no setor continua estável, representando cerca de 57% do mercado, o que talvez indique uma saturação na evolução em termos de ocupação feminina no segmento. Mas em termos de ascendência a cargos gerenciais ainda há muito espaço para as mulheres conquistarem. Identificamos uma melhora, mas falta muito, tanto em termos de salário quanto de hierarquia.

O estudo teve grande aumento no número de participantes, foram mais de 300 mulheres respondendo nossa pesquisa qualitativa, e 18 empresas respondendo a pesquisa quantitativa. Isso demonstra que há interesse no tema. Para debater o assunto, promovemos um encontro em São Paulo com a participação de quatro diretoras de grandes seguradoras. Foi muito interessante, porque pudemos ver que existe uma preocupação dessas companhias em encorajar carreiras femininas e conhecer o que está sendo feito nesse sentido. Foi um debate enriquecedor.

Cogitamos ampliar o estudo para uma abordagem mais genérica sobre diversidade, dependendo do acesso a dados estatísticos disponíveis no mercado. Em março próximo, mês da mulher, vamos percorrer o País com palestra na qual serão apresentados os resultados do estudo.

Quais são as perspectivas para o mercado e, em especial, para a profissão de corretor de seguros em 2017?

Continuo acreditando que a profissão de corretor é muito promissora. O mercado de seguros tem conseguido resistir à crise econômica de forma mais eficiente do que outros setores. O segmento é repleto de oportunidades e temos tido boas histórias de sucesso.

Estamos olhando para 2017 com uma perspectiva otimista, tanto para os resultados da Escola, quanto para a atuação dos corretores. Acabamos de abrir inscrições para o Curso para Habilitação de Corretores de Seguros de Capitalização em 62 localidades e já identificamos uma grande procura, o que é um bom sinal.

Além disso, temos percebido um nível muito bom nos alunos, o que indica uma elevação no padrão. O mercado de seguros e seus consumidores ganham com isso!

Enxergamos que a profissão de corretor vai superar a instabilidade econômica do País, porque existem muitos segmentos da indústria de seguros que ainda são pouco explorados e que têm potencial muito grande. Para transformar crise em oportunidade é preciso investir em qualificação, para que o futuro nos encontre preparados para os novos desafios.

Olhando para dentro da Escola, estamos com uma equipe muito capacitada na área de Ensino Técnico, com profissionais experientes e visão moderna, que estão trazendo ideias e produtos inovadores. Estou satisfeita com a qualidade do trabalho produzido em 2016 e, em 2017, contribuiremos ainda mais para o desenvolvimento do setor.

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