Lula fica cara a cara com o juiz Sergio Moro

Ex-presidente depõe nesta quarta, em Curitiba (PR)

O ex-presidente Lula depõe nesta quarta-feira, dia 10, em Curitiba (PR), a partir das 14h. Será a oportunidade para o petista defender-se da acusação de que recebeu R$ 3,7 milhões em propina da empreiteira OAS, que bancou a reforma de um apartamento triplex, em Guarujá (SP). A construtora ainda pagou a guarda de bens da Presidência da República, conforme demonstram notas fiscais obtidas pela Operação Lava Jato. A defesa do ex-presidente nega qualquer tipo de favorecimento envolvendo o petista e a respectiva empresa.

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Reprodução

No final da tarde de ontem, os advogados de Lula protocolaram três recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra decisões do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) que havia negado pedidos da defesa para adiar o depoimento, ou até mesmo gravar o depoimento com uma equipe própria. Todos foram rejeitados na manhã de hoje pelo ministro Felix Fischer.

Em novembro do ano passado, Lula prestou depoimento a Moro por videoconferência como testemunha de defesa do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Lula deve ser preso hoje?

A pergunta do momento é se e quando o ex-presidente Lula, que é réu em um conjunto pesado de processos na Lava Jato e Zelotes, vai ser preso. O consenso geral de especialistas consultados por nossa reportagem é de que isto não deve acontecer nesta quarta, a menos que algo muito relevante e que justifique tal ação aconteça durante o depoimento. Em vídeo divulgado nas redes sociais, o juiz federal Sergio Moro afirmou que o interrogatório é um “ato normal do processo”.

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“É uma oportunidade que o senhor ex-presidente vai ter para se defender”, disse Moro.

Os procuradores precisariam demonstrar que o petista está promovendo atos de obstrução de Justiça, ou que se prepara para fugir do Brasil para argumentar um pedido de prisão preventiva.

Ao que tudo indica, Lula deve ser preso apenas se for condenado em segunda instância nos processos em que é réu. A condução dos processos contra o ex-presidente é delicada e qualquer desvio pode prejudicar o andamento das investigações e das operações em andamento na Polícia Federal.

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