Trajetórias de sucesso

Seguro alavanca carreiras e vira referência para novas lideranças

Superação pessoal é marca em comum para os executivos do ramo de seguros

“Eu gosto demais desta companhia e de fazer o que faço”, foi uma das primeiras frases que o diretor territorial Rio Grande do Sul da MAPFRE, Sandro Pinto de Moraes, disse à nossa reportagem. O executivo, que sorridente nos recebeu entre uma ligação e outra em meio a sua ocupada rotina profissional, é engrenagem fundamental de uma das mais de um milhão e meio de empresas existentes no Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e do maior grupo segurador do país nas áreas em que atua, o Grupo Segurador Banco do Brasil e MAPFRE.
Natural de Santo André, cidade paulistana localizada a 17 quilômetros da capital São Paulo, Sandro tem 42 anos, é advogado, com MBA em Gestão empresarial e técnico em contabilidade e soma diversos outros cursos de especialização na área empresarial. Vindo de família humilde, antes de somar tantas profissionalizações, percorreu caminhos que só foram possíveis através de uma trajetória de quem procurou ocupações desde os 12 anos de idade. Ainda adolescente, trabalhou com funilaria e pintura de carros, marcenaria, como ajudante em feiras de bairros, engraxou sapatos e até vendeu picolés. “Na minha família somos três irmãos e, apesar de ser o caçula, eu sempre quis ajudar em casa de alguma forma”, conta.

Publicidade

O executivo Sandro Pinto de Moraes / William Anthony

O primeiro sonho de Sandro era fazer faculdade. “Eu queria ver meus pais dizerem que seu filho era advogado, mas eu não tinha condições financeiras e nem meus pais, e foi então que comecei a trabalhar numa empresa metalúrgica como office boy e fui promovido”, recorda. Mesmo sem dinheiro para pagar a mensalidade, seu plano foi fazer a prova do vestibular e sair do atual emprego, fazendo contas para conseguir pagar algumas das parcelas. “Eu me lembro até hoje que a faculdade custava R$ 535 e o que eu tinha era R$ 575. Era apertado, mas consegui me formar com uma boa experiência e consegui chegar até aqui”, diz.

E foi no contato com as pessoas através dos trabalhos que arrumava para alcançar o que desejava, que Sandro também percebeu a sua aptidão para se relacionar comercialmente. Ele iniciou no mercado de seguros aos 18 anos de idade, com a função de protocolar a recepção de propostas numa seguradora congênere. Nesta mesma empresa e em outras do segmento, o executivo subiu degraus, passando a trabalhar com emissão de apólices, em sucursais, projetos relacionados a corretores de seguros até chegar à área comercial e à gerência. Foi então que ele foi convidado pela MAPFRE para ser gerente de uma sucursal, junto a uma equipe enxuta. “Conseguimos fazer um trabalho com os corretores para desenvolver negócios, fazendo consultoria para que eles pudessem ter a companhia como uma das principais seguradoras dentro de suas carteiras”, narra.

Com isso, Sandro montou uma estrutura maior em uma sucursal no centro de São Paulo. “Conseguimos ter muito sucesso, sendo campeã durante três anos entre as 120 melhores sucursais do país da MAPFRE”, destaca. “Ganhei campanhas e todos os méritos que um gerente sempre quer ter para o desenvolvimento da região, como resultados, parcerias com os corretores, clubes, Sindicatos, etc”, complementa ao lembrar que após isso, ele também assumiu a terceira maior sucursal do país e participou de alguns processos internos para uma possível nomeação em cargos de chefia.
O maior desafio profissional do executivo da MAPFRE até então chegou há dez meses, quando ele foi convidado a ser diretor territorial do estado do Rio Grande do Sul e as regiões Oeste e Sul de Santa Catarina. Está sob a sua responsabilidade a estrutura da Territorial com gerentes especialistas de Seguros Gerais, Seguros de Pessoas e Previdência, mais dez sucursais, cada uma com um gerente de sucursal, em média três assessores comerciais e três assistentes comerciais. “Cada sucursal tem uma estrutura muito parecida e a nossa atuação na companhia é com pessoas, pois é por meio delas que nós obtemos os resultados”, garante, destacando que a MAPFRE está entre uma das melhores empresas para se trabalhar segundo o ranking da Great Place To Work. “O nosso slogan é ‘Pessoas Cuidando de Pessoas’ e é papel fundamental dos nossos gestores cuidar dos colaboradores, para que também possam cuidar dos nossos corretores de seguros e dos nossos segurados”, acrescenta entusiasmado.

Publicidade

Em relação a sua adaptação em Porto Alegre, capital dos gaúchos que possui sensíveis diferenças quando comparada a outras cidades, Sandro garante que não teve problemas. “Estou muito adaptado à região e às culturas, pois eu estudei muito antes de assumir a posição e as pessoas me receberam muito bem”, revela o admirador de carros antigos e motocicletas esportivas nas suas horas vagas fora da rotina profissional.

Leitor assíduo de jornais e livros, o diretor da MAPFRE diz que dedica 70% da sua vida ao lado profissional. “Está no meu DNA e não tem jeito. O seguro está no sangue”, expõe. Além disso, um dos possíveis segredos de Sandro Moraes para obter bons resultados está no fato de que ele chama a responsabilidade para si: “Eu sempre penso que posso fazer mais ou posso melhorar a forma que venho trabalhando, me reinventar, para estar mais próximos dos corretores e dos colaboradores”.

Diariamente, a sua rotina começa às 6h da manhã e ele faz questão de enviar mensagens de incentivo para sua equipe, exprimindo um espírito traçado por humildade e motivação. “A MAPFRE é muito boa para se trabalhar, as pessoas têm a mesma simplicidade, desde o nosso presidente até o estagiário ou aprendiz”, explica ele. “Mantenho a porta aberta da minha sala e atendo a todos, não gosto de estrelismos. Eu sou o Sandro, hoje estou como diretor e amanhã eu posso estar de uma outra forma”, afirma.

Mas isso não quer dizer que seu lado competitivo fique escondido. “Desafios me movem. Eu tenho que ser o primeiro e eu tenho a consciência de todo o caminho a se perseguir”, comenta. “É importante para mim ser o primeiro com sustentabilidade, não desmotivando as pessoas. O negócio sustentável é estar com as pessoas e movê-las para que, juntos, consigamos naturalmente ser os primeiros”, ressalta.

Daqui dez anos, o executivo diz que se enxerga trabalhando na MAPFRE e, se for pertinente para a companhia, muito feliz em atuar no Rio Grande do Sul. “Claro que, se a MAPFRE me der a oportunidade, logicamente eu subirei degraus. Eu me preparo e busco isso”, revela.

Questionado sobre quem é o verdadeiro Sandro, ele é categórico: “É um cara que está aí para atender bem o corretor e os colaboradores, fazer o impossível para que todos estejam satisfeitos”. Ele complementa que, para ele, o sorriso é muito importante: “Se não tiver felicidade e brilho nos olhos, do que vale a vida? Quando você gosta muito do que você faz, é algo que está no sangue, algo natural. Você não vê as horas passarem”.

A executiva Andreia Araújo veste a camisa da Previsul Seguradora há mais de 18 anos / William Anthony

Representante feminina em cargos de decisão em um mercado onde apenas 28% de mulheres ocupam estas posições, segundo o 2º Estudo Mulheres no Mercado de Seguros da Escola Nacional de Seguros, Andreia Araujo, de 41 anos, é diretora de negócios da Previsul Seguradora desde agosto de 2016. Formada em direito e com MBA em Gestão de Pessoas e Gestão Comercial, ela trabalha há quase 18 anos na companhia.

À procura de liberdade, a executiva, natural de Porto Alegre (RS), começou a trabalhar ainda com 14 anos como jovem aprendiz. “Não se tratava muito de uma questão de necessidade financeira, era muito mais uma vontade de independência”, conta. Outro motivo para começar a procurar ocupações desde cedo era que sempre se via em posições de destaque. “Eu sempre me identifiquei com papéis de liderança desde a escola, dentro de tudo que participei”, detalha.

Seu envolvimento com o mercado de seguros começou pela própria Previsul. Seu primeiro desafio foi o de comandar um escritório da companhia na cidade de Passo Fundo, região norte do Rio Grande do Sul. “Meu início me marcou muito, pois foi muito importante pra mim, uma menina nascida e criada em Porto Alegre, que não conhecia absolutamente nada e não tinha nenhuma referência do interior do Estado”, revela. Contudo, a experiência no município foi positiva e marcante para ela. “Passo Fundo é, para mim, muito especial, pois lá eu me casei, tive meu filho, tenho grandes amigos, entre corretores e outros não, construí laços afetivos muito fortes e profissionais. Eu diria que foi lá que tudo começou para mim no seguro”, relembra ao destacar que passou quatro anos na cidade até ser convidada a assumir em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, por dois anos e meio.

Convidada para então atuar na capital dos Gaúchos, onde ficou pouco tempo na função de gerente de contas e logo assumiu a gerência da sucursal, demorou pouco de três anos para assumir a gerência regional dos três estados do Sul. Após isso, atuou na superintendência de metade do Brasil, do país inteiro e então na diretoria de negócios, que engloba a área comercial, de marketing e toda a parte de cotação da seguradora. “Com o comercial eu já estava acostumada, o marketing é algo que me despertou paixão e a parte mais técnica, que me exige um olhar diferente, é a de cotações, mas tudo isso torna a experiência fantástica”, afirma a sempre cheia de energia executiva.

Dos quase 18 anos que Andreia veste a camisa da Previsul, ela já viu a companhia passar por algumas transformações e mudanças de gestão, o que fez com que a profissional sempre procurasse se reinventar. “Passei por quatro gestões totalmente diferentes, agora vivenciamos essa gestão linkada ao grande grupo que é a Caixa Seguradora”, expõe. Apesar de muitos anos no mesmo lugar, ela diz que viver experiências, emoções e momentos muito diferentes dentro da seguradora pode ser “uma das coisas que fazem estar sempre motivada, por não conseguir não procurar por novidades, devido ao perfil comercial que busca constantemente por bons níveis de produção, clientes novos e manter os clientes sempre satisfeitos”.

Emoção pura e racional quando necessário, como ela mesma se descreve, a diretora tem duas grandes paixões: o seu filho Gustavo e o trabalho na Previsul Seguradora. “Eu realmente sinto muito prazer de desempenhar o meu trabalho e me dedicar a essa empresa que sempre me tratou muito bem e me reconheceu enquanto profissional”, expõe. “E também, em primeiro lugar, sou mãe do Gustavo de Araujo Fornari, meu grande amor e grande razão de tudo”, manifesta ressaltando o lado da profissional que também dedica atenção necessária à família.

A batalhadora Andreia descobriu recentemente um lado feminista, algo que já estava nas suas premissas pessoais há bastante tempo. “Eu acredito em ótimos profissionais, sejam eles homens ou mulheres. Nós, mulheres, somos iguais, somos tão profissionais quanto qualquer homem e vice-versa”, salienta. “Eu sou muito agradecida à Previsul por sempre me reconhecer, mesmo num mercado que nós sabemos que é muito difícil as mulheres alcançarem cargos de decisão”, manifesta.

A mãe do Gustavo não acredita em personagens, mas em pessoas reais com diferentes posturas em variadas situações. “O lado pessoal da Andreia não só se confunde com o profissional, como praticamente é a mesma coisa. Eu acredito que, em alguns momentos, assumo papéis diferentes, mas a essência é sempre a mesma”, defende. Daqui há alguns anos, ela não se vê longe da companhia onde já atua por quase 18 anos: “Quero subir degraus na Previsul ou em alguma empresa do Grupo Caixa e, com toda certeza, defender as causas em que eu acredito, como o crescimento da mulher no mercado segurador”.

Quando foi convidado para assumir a diretoria regional da HDI Seguros, Rubens Oliboni, 53 anos, tinha o desafio de suceder Julio Rosa, reconhecido executivo do mercado de seguros gaúcho que se afastava da função para fins de aposentadoria e nova oportunidade na Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg). Acontece que o bacharel em Ciências Contábeis com MBA em Gestão de Pessoas, que soma 32 anos de mercado de seguros, não decepcionou, sendo lembrado pelos colegas e corretores de seguros como um profissional sempre solícito, companheiro e carinhosamente conhecido pelo apelido de Rubão.

Nascido em Vacaria, município localizado no nordeste do Rio Grande do Sul, ele veio à Capital dos gaúchos aos 22 anos para começar os estudos na Universidade Federal do Estado e, no dia 17 de outubro de 1985, já atuava em uma seguradora local. “Meu primeiro endereço foi na Rua da República, na Cidade Baixa”, recorda ao ressaltar que, logo após terminar sua graduação, casou de imediato.

Com a compra da empresa em que trabalhava por uma corporação ainda maior, Oliboni teve sob sua responsabilidade diversos escritórios pelo Brasil a fora: se mudou para Goiânia, Salvador, Belo Horizonte e então Curitiba. Foi na capital paranaense, no ano de 2006, que recebeu convite para integrar o elenco da HDI Seguros. Em Curitiba foram 10 anos até receber a missão de retornar a seu Estado natal, à frente da diretoria regional do RS.

Rubens Oliboni é diretor regional da HDI Seguros no Rio Grande do Sul / Júlia Senna

O que mais marcou o diretor da HDI nesta volta a solo gaúcho foi o reencontro de velhos amigos e parceiros de negócios. “Como eu tenho anos de mercado de seguros, reencontrei amigos que estavam começando como corretores de seguros na época em que atuei por aqui e hoje vejo muitos deles sendo grandes corretores, tanto aqui na Capital quanto no interior do Estado”, relata. “Cada vez que nos encontramos é uma alegria, afinal de contas tenho saudades dessa turma, pois fiquei 18 anos fora do Rio Grande do Sul”, continua.

O pai do Victor e do Pedro reforça que muito se fala nas seguradoras e empresas corretoras de seguros, mas que estes entes jurídicos não existem materialmente, o que exalta a importância das pessoas e profissionais que estão dentro de cada uma delas. “Aqui na HDI procuramos levar esse princípio muito a sério com os nossos gerentes, pois temos cinco filiais aqui em território gaúcho e cada um dos gerentes são nossos representantes para levar essa mensagem aos nossos colaboradores”, evidencia.

Ele considera que, sem ajuda dos colaboradores, que fazem 100% dos negócios acontecerem, nada ocorreria no dia a dia das empresas. “Isso acontece com os corretores e os parceiros de mercado também, sem essas pessoas efetivamente não há nada. Devemos cuidar deles diariamente, além de formá-los profissionais, devemos ter uma atenção especial”, valoriza. Além disso, tratar bem as pessoas de seu convívio e cultivar amizades e boas relações é algo de importância para o diretor: “Que profissional eu seria se não tratasse bem as pessoas? Pode ser que depois elas sejam concorrentes ou parceiros e o tratamento adequado e com respeito é sempre bem vindo”.

Leitor voraz e um estudioso incansável, seu companheiro de viagens é sempre um livro diferente. Sua coleção de leituras vai desde às filosofias mais antigas, às quais dedica boa parte do seu tempo, até as mais modernas. “Estou sempre lendo sobre práticas de gestão de empresas, pois é algo que sempre tem novidades, especialmente na era de muita tecnologia em que vivemos e é preciso estar muito antenado quanto à esses pontos”, esclarece. Ele lembra que o filósofo Osho e os clássicos Platão e Sócrates são obras obrigatórias para quem quer agregar em sabedoria. “O conhecimento é a única coisa que ninguém pode tirar de você, então, toda vez que se consegue adquirir conhecimento, se melhora como pessoa”, analisa.

Diariamente, em sua rotina profissional, Oliboni diz se dedicar 110% a todos os momentos e ser agradecido pelo caminho de sucesso que tem trilhado em sua vida. “Eu confesso que nem nos meus melhores sonhos de quando era jovem, nunca imaginei que a minha vida seria tão boa de lá pra cá. A vida é assim, você deve sonhar e se esforçar pelo que você quer para o futuro”, finaliza.

Confira muito mais na edição 203 da Revista JRS:

Artigos Relacionados