A vez das seguradoras de crédito

Crescimento da modalidade protege grandes negócios de perdas e fomenta segmento em solo brasileiro

Há alguns anos não era tão comum ouvir nas rodas de conversas do meio empresarial sobre o seguro de crédito. Porém, a modalidade ganhou grande força nos últimos anos, momentos em que o Brasil enfrentou e enfrenta grandes mudanças e dificuldades no que tange o âmbito econômico, social e político.

Publicidade

Negócios em que determinada empresa vende produtos para outras lojas e define um prazo para que estas lojas realizem o pagamento dos itens é um exemplo de aplicação e funcionamento deste serviço securitário, pois, quando esse prazo chega ao limite e as lojas não conseguem honrar com o compromisso no tempo estipulado, o seguro de crédito é acionado. ”As empresas apresentam sua carteira de clientes e explicam em quanto tempo cada parceiro deve devolver o valor estipulado pelos produtos. A seguradora então analisa os clientes e atribui um limite de crédito rotativo para cada um deles”, explica Marcele Lemos, presidente da Coface no Brasil, companhia que possui mais de 70 anos no segmento.

É a seguradora de crédito quem realiza a cobrança às lojas quando o seguro é acionado. ”Se a segunda empresa conseguir pagar o montante, ótimo. Senão a seguradora indeniza a primeira empresa e segue negociando a dívida para pagamento”, destaca.

Com a crise econômica e política que atinge o país, as seguradoras de crédito sofreram impacto. Isso se deve ao fato de que, as empresas seguradas, diante da impossibilidade de suas credores em honrar com os valores estipulados devido ao baixo poder de compra da população em geral, tiveram que acionar o seguro de crédito, levando as companhias a desembolsarem grandes quantias.

Publicidade

Um dos pontos positivos que a instabilidade trouxe é que criou consciência empresarial sobre a importância do seguro de crédito. ”Muitas empresas se viram com problemas e as que não possuíam garantias, sofreram danos”, comenta. ”Ninguém poderia imaginar que grandes corporações apresentariam dificuldades, o que, consequentemente, gerou perdas enormes para outros negócios. Percebemos que muitas empresas que há cinco anos atrás não buscavam o seguro de crédito, hoje estão procurando”, finaliza a executiva da seguradora que conta com 350 analistas de risco que tomam 10.000 decisões de seguro de crédito diariamente só em território brasileiro.

Artigos Relacionados