“Petrobras mente”, diz CNT ao criticar política de preços dos combustíveis

Litro da gasolina ultrapassa R$ 7 se compra for no cartão de débito, em Recife (PE)

A desastrosa política de preços dos combustíveis colocada em prática pelo governo de Michel Temer tem chamado a atenção de todos os brasileiros. O aumento da gasolina nas refinarias teve aumento de 42,25% entre julho de 2017 e maio de 2018, segundo a Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).

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Arthur Mota/Folha de Pernambuco
Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Para se ter uma ideia do problema, a Folha de Pernambuco destacou que a gasolina ultrapassou os R$ 7 para compras feitas no cartão de débito, na Zona Oeste de Recife (PE). Se para o motorista particular o preço pesa no bolso, imagine para os caminhoneiros. Há dias os profissionais questionam o preço do diesel e realizam protestos em diversas rodovias do Brasil.

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) critica duramente a atual política e afirma que a carga tributária e preços internacionais para óleo diesel não podem sufocar os transportadores. “A política de preços adotada pela Petrobras em suas refinarias, que acompanha a alta das cotações internacionais do petróleo, é uma medida desproporcional pois ela tem custos internos e não internacionais. Os transportadores não podem responder pela ineficiência da Petrobras e pela corrupção que ocorreu na estatal”, diz nota enviada à redação de JRS.

A CNT ainda questiona que países autossuficientes na produção de petróleo praticam preços do óleo diesel mais baratos. “Em comparação a outros países que possuem perfil similar ao desenvolvimento econômico brasileiro, como Rússia e México, o preço do óleo diesel no Brasil é superior. O óleo diesel cobrado no Brasil é, em média, 15% superior ao cobrado nos Estados Unidos, sendo que a renda média neste país é 6 vezes maior que a do brasileiro”, compara a entidade ao lembrar que a política de preços dos combustíveis deve considerar as condições econômicas do Brasil.

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O governo anunciou um acordo para zerar a Cide do diesel. No entanto, o impacto da medida será imperceptível nos preços na bomba. “Esta política equivocada e desastrosa não poderia ter sido implantada em pior momento para o setor transportador, que ainda luta para superar as perdas da forte recessão econômica. Os sucessivos aumentos do óleo diesel comprometem com mais intensidade o transporte rodoviário, que responde pelo tráfego de 90% dos passageiros e por mais de 60% da movimentação de bens e produtos no Brasil”, finaliza a Confederação Nacional do Transporte ao destacar que as medidas apresentadas pelo governo em nada contribuem para uma solução da questão.

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