Joe Jordan: Seguros de vida são cruciais para a essência da sociedade

Especialista defende que corretores diversifiquem carteiras e criem relações de confiança


O especialista em finanças comportamentais Joe Jordan viajou à Florianópolis para palestrar no Brasesul no mês de julho, com patrocínio da Porto Seguro. Ele comentou o fato de que, em 2017, o ramo vida risco avançou R$ 1 bi a mais que o seguro automóvel, chegando a R$ 34 bilhões de faturamento no Brasil: “O seguro automobilístico é basicamente uma mercadoria, e as pessoas precisam tê-lo, mas os seguros de vida são cruciais para a formação familiar, e essa é, realmente, a essência da sociedade”.

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Veja também: Porto Seguro investe em capacitações e treinamentos.

O autor do livro “Vivendo uma vida de importância” entende que o ramo é essencial quando as pessoas passam a entender que têm responsabilidades em relação a outras pessoas. “Muitos políticos dizem que vão cuidar de nós, e isso é uma mentira. Em resumo, as pessoas estão por conta própria agora”, reflete. “Então, as pessoas precisam ter responsabilidade para cuidar delas mesmas e das pessoas que amam. É um ótimo sinal que isso esteja acontecendo no Brasil, uma ótima notícia”, defende.

Jordan acredita que o empoderamento feminino nos negócios pode funcionar como forma de humanização do seguro num momento em que as relações ficam cada vez menos pessoais. “No futuro, as competências importantes serão as daquelas pessoas que conseguem estabelecer relações de confiança e as mulheres fazem isso por instinto. Temos que adaptar nosso negócio às necessidades das mulheres”, destaca. “São as mulheres que conseguem criar laços de confiança e, além disso, elas vivem mais tempo, então, elas que vão ser as beneficiárias. E outra coisa importante é que, com a sociedade envelhecendo, o que acontece é que, normalmente, quem acaba dando os cuidados são as mulheres, geralmente esposas ou filhas, então, pela minha experiência, precisamos de mais mulheres nesse negócio”, revela.

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Para ele, é possível ficar rico vendendo seguro de vida e também ter uma boa vida. “Uma das melhores coisas da nossa profissão é que ela realmente faz a diferença para a sociedade. Mas o que acontece é que, quando as pessoas se atraem somente pela riqueza, elas podem se perder pelo caminho. Então, sim, você pode enriquecer fazendo isso, mas o mais importante é que pode se realizar”, defende.

O profissional crê que o corretor de seguros brasileiro precisa se certificar de realizar algumas mudanças que possam propiciar a expansão do seu negócio, como a diversificação de carteira e a especialização. “Não vendam só produtos com os quais já têm familiaridade, mas diversos produtos que os clientes precisem. Comecem a questionar, descubram exatamente quem é o seu cliente. O objetivo é a longo prazo, não só para vender, mas essa compreensão vai fazer com que as vendas aconteçam. Só aviso que, se você não fizer isso, outra pessoa pode fazer, e muito mais rápido”, diz.  “Seu diferencial deve ser a garantia de que você vai estar em contato com os clientes e que eles podem confiar em você. E, acredite em mim, há coisas acontecendo, agora, na sociedade, que faz com que a maioria das pessoas se sinta isolada e sozinha. O que as pessoas querem mesmo é sentar e conversar com alguém. Esse deve ser seu objetivo. E, na medida em que você consegue resolver vários problemas, você passa a ideia de que é confiável, os clientes vão escolher você, e você vai prestar um grande serviço à sociedade”, reflete.

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