Diversificação é obrigatória para manter expansão do setor de seguros

Painel reúne grandes nomes da HDI e Minuto Seguros

A busca pela disrupção no setor de seguros ficou acelerada em 2019. É a conclusão do painel “Existe disrupção iminente na indústria de seguros?”, que reuniu a CIO da HDI Seguros, Denise Ciavatta, e o vice-presidente técnico da seguradora, Fábio Leme, além do sócio-fundador e CEO da Minuto Seguros, Marcelo Blay.

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Icatu Seguros no JRS

A mediação do encontro, realizado no Distrito Fintech, em São Paulo (SP), coube ao partner da Fisher VB, Marcelo Nascimento. O executivo destacou o potencial de um grande setor como o de seguros. “Existem muitas possibilidades, até mesmo diante da baixa representatividade deste setor no PIB brasileiro quando comparado ao percentual de outros países”, explicou.

Fábio Leme destacou os desafios e oportunidades que surgiram para a HDI Seguros nos últimos anos. A companhia foi a seguradora que mais cresceu em seus mercados de atuação em 2018. “Isso não é suficiente para atingirmos os desafios do futuro, fomos a que mais cresceu nos ramos de automóvel, residencial e empresarial”, disse o executivo.

De fato os números são muito relevantes e demonstram a incessante busca da companhia pela ampliação da oferta de produtos para uma carteira de clientes cada vez mais informada e diversificada. A expansão do market share foi de 13,2% em automóveis, de 34,8% em coberturas para residências e impressionantes 304% no ramo empresarial.

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“Em 2016 a HDI enfrentou a tempestade perfeita, tivemos o estouro da sinistralidade [com a explosão da violência no Brasil]. Já em 2017 começou uma nova era, que possibilitou a revisão de processos e a reestruturação completa de nossos procedimentos internos. Para continuar oferecendo uma experiência de excelência a companhia acredita que a diversificação é obrigatória”, afirmou Leme.

E como já citado pelo presidente da companhia, Murilo Riedel, a empresa busca participar de um ecossistema que ofereça soluções completas às preferências do consumidor moderno. “Agora temos nossa parceria com a Icatu Seguros, com o Santander Auto e com a Grin [empresa de mobilidade que aposta em patinetes]. A companhia também projeta investimentos em private equity [investimento em outras empresas], além de novos produtos e parcerias que devem culminar no aumento da penetração dos seguros na população”, completou ao elencar o panorama brasileiro do setor de seguros.

Para Fábio Leme, as seguradoras devem apostar em produtos com soluções inovadoras aliados a uma estrutura operacional leve e eficaz. “Novos modelos e formatos de negócios devem fomentar a disrupção no setor de seguros”, finalizou.

Enquanto isso, Marcelo Blay, da Minuto Seguros, lembrou do receio que existia em relação a primeira insurtech. “Os corretores pensavam que a Minuto Seguros estava sendo criada para acabar com os corretores, mas na verdade a ideia da empresa era trazer transparência e promover a equalização da oferta no mercado de seguros. Desde o princípio tínhamos a convicção da grande necessidade que o atendimento humano gera quando agregado ao serviço tecnológico”, lembrou.

A Minuto Seguros antecipou uma tendência demonstrada pelo aumento nas pesquisas sobre seguros nos principais buscadores da internet. “Nosso modelo de negócios foi capaz de atingir brasileiros que nunca tiveram seguro”, disse Blay. Para o sócio-fundador da insurtech, “um dos grandes desafios desse mercado é a integração com o sistema de distintas seguradoras, além de uma necessidade de maior diálogo entre agentes do mercado de forma estruturada para confecção de produtos mais adequados para esse novo consumidor”, analisou.

“O brasileiro basicamente só sabe da existência do seguro de automóvel. Sozinho, o corretor não consegue difundir a cultura securitária no País, por outro lado, associações vendem produtos sem garantias e aproveitam-se do desconhecimento da população”, encerrou Marcelo Blay.

A CIO da HDI Seguros, Denise Ciavatta, destacou que o momento de disrupção é claro e iminente. “O ambiente deve ser preservado ao mesmo tempo em que é modernizado. Ao mesmo tempo, não podemos ficar apenas dentro de casa. Nossas parcerias demonstram o quanto devemos ser capazes de conexão com outras empresas”, apontou ao afirmar que as oportunidades estão por todos os lados e que as expectativas são muito positivas.

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