Como empreender com compliance

Políticas e diretrizes são fundamentais para um negócio sólido

A etimologia da palavra compliance, originária na década de 90sugere que empresas de todos os portes estejam absolutamente alinhadas às normas, controles – internos e externos – bem como atentas às políticas e diretrizes estabelecidas para o negócio em que atuam. Segundo Gutemberg Leite, especialista em Gestão e Direito Empresarial, empreendedorismo e inovação são ações que, ao longo do tempo, sofreram adaptações que não vem sendo acatadas devido a fatores oriundos da pouca atenção devida a essa etimologia, fato que tem acarretado em uma ausência completa ou parcial frente ao estabelecimento de formas mais éticas no pensar e no agir por parte das empresas e organizações.

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Leite defende o compliance como sendo o único caminho aos que buscam construir um negócio sólido, com sucesso duradouro e com vistas às altas performances. Para alcançar tais resultados, será preciso um comprometimento com a criação de uma nova cultura interna (código de ética) da empresa, para que seja firmada a transparência necessária frente às obrigações trabalhistas, tributárias e fiscais que lhes cabe.

“A dificuldade nesse sentido, porém, parece ter se instalado no universo empresarial, devido ao fato de que princípios éticos, provavelmente por sua natureza filosófica, variam entre formas que divergem em quesitos de com­portamentos e de valores, fato que obriga os empreendedores de todos os ni­chos de mercado a mesclarem seus princípios e condutas, adotando ações em conformidade com o meio social onde suas empresas encontram-se inseridas”, explica o especialista.

Faz-se necessária uma atuação centrada no gerenciamento de riscos, durante todas as fases do negócio, de forma que irregularidades sócio econômicas, políticas, legais e tributárias não sejam instauradas e perpe­tuadas, com o objetivo de evitar que impactos negativos atinjam as empresas, colocando tudo a perder.

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Leite ressalta que os empreendedores devem se manter atentos sobre o “ser empreendedor com compliance” e utilizar esse conhecimento “como uma ferramenta básica operacional e auxiliar de boas práticas a tudo que já possa ser concebido como ordem para execução em seus negócios empreendedores”, posto que assim haveria uma garantia de cumprimento legal resultante de uma transparência que os exima da obrigação de arcar com as pesadas multas e sanções correlatas à não precaução como princípio ético corporativo.

Em seu artigo “A importância do Compliance no empreendedorismo”, no livro Manual completo de empreendedorismo (Literare Books International), Gutemberg Leite define quatro questionamentos que antecedem a efeti­vação de uma startup e que devem ser analisadas à luz das práticas do Compliance:

  1. Descoberta (Impulso para tomada de decisões geradoras de impacto):
    Meus clientes esperam quais garantias seguras do negócio?
  1. Validação (Atuar repensando o modelo de negócio):
    Qual seria a melhor maneira de me posicionar frente às exigências do meu mercado?
  1. Escala (Observar o foco no crescimento e controle de mudanças)
    O que eu sei realmente fazer pode ser diversificado no momento atual do meu negócio?
  1. Eficiência (Fazer mensurações observando o desempenho)
    Como meus indicadores (operacionais, de custos e financeiros) estão de acordo com as exigências de Compliance?

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