Previdência privada: remuneração ou investimento?

Especialista esclarece vantagens e desvantagens da aplicação

Diante das incertezas que rondam a aprovação da Reforma da Previdência é de se esperar que muitas pessoas comecem a pensar na previdência privada como alternativa de remuneração futura. Mas afinal, o que significa esse tipo de aplicação? No dicionário, previdência significa “a habilidade de se ver antecipadamente, uma espécie de previsão do futuro”. Se adaptarmos o termo para as Finanças, podemos dizer que a previdência é, literalmente, cuidar do próprio futuro.

Publicidade

Em geral, quanto antes se começa a pensar nisso, melhor é o resultado. Mas nunca é tarde. “Enquanto os mais jovens têm o tempo ao seu favor, quem já tem mais idade tem a vantagem de ter mais poder aquisitivo e uma visão de mundo mais tranquila, paciente, o que é sempre favorável quando se fala em investimentos”, comenta Helen Vogt, líder da área de Previdência da Messem Investimentos, principal escritório vinculado à XP.

Segundo ela, estamos muito acostumados a ouvir o termo previdência para se referir à previdência pública, que faz parte da chamada Seguridade Social. Essa trata-se de um conjunto de medidas públicas que tentam garantir o poder de compra da população mesmo quando ela não pode mais contribuir socialmente com o seu próprio trabalho.

Apesar do objetivo, sabemos que a previdência pública é em muitos aspectos minimamente questionável e que os valores pagos pela aposentadoria pública mal garantem a subsistência de quem se aposenta. “Quem não criar o seu próprio plano, com uma aposentadoria complementar, está fadado a ter seus anos de velhice com dificuldades financeiras”, opina a especialista. Por esse motivo, ele reforça a importância de que cada um faça seu próprio plano, prevendo como vai ser sua própria aposentadoria no futuro.

Publicidade
Icatu Seguros no JRS

Helen cita os dois tipos mais conhecidos no mercado: o PGBL e o VGBL. O primeiro é mais indicado para aqueles que fazem a declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) completo. Com ele, poderá ser feita a dedução de até 12% da base tributável e paga-se menos imposto a curto prazo. O segundo é mais indicado para quem pensa no longo prazo já que ao final do plano existe a necessidade de pagamento de IRPF sobre o valor auferido, diferente do PGBL, que paga o imposto sobre o montante total investido. Em geral, a diferença entre as duas é a tributação.

Entre os benefícios da previdência privada Helen cita a menor alíquota possível para qualquer fundo de investimento, uma ampla gama de instituições, gestores e estratégias disponíveis no mercado e a possibilidade de portabilidade de plano, sem cobrança do imposto de renda. “Uma previdência privada é, sim, um investimento e deve ser encarada como tal. O ideal é nunca esquecer de que se trata de um dinheiro que você está guardando com a expectativa de que ele tenha bons rendimentos e que será resgatado no futuro”, completa.

Artigos Relacionados