ANSP promove debate enriquecedor sobre o Seguro de Crédito no Brasil

Entidade reuniu Acadêmicos, Corretores e Seguradoras, no dia 23 de abril, em São Paulo

O Café com Seguro, promovido pela Academia Nacional de Seguros e Previdência (ANSP), no último dia 23 de abril, no auditório do Sindicato das Seguradoras do Estado de São Paulo (SindsegSP), trouxe especialistas que debateram a adoção do seguro de crédito como instrumento de transferência de risco pelas empresas brasileiras. O debate abordou as premissas adotadas pelo primeiro trabalho acadêmico que busca lançar luz sobre os motivos da baixa contratação do produto por empresas.

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Edmur Almeida, diretor da ANSP, abriu o evento ressaltando que discussões como essa são fundamentais para consolidar o entendimento sobre os desafios para o desenvolvimento do seguro de crédito no Brasil. “Esse é o principal objetivo desse e de outros fóruns que fazemos”, afirma. João Marcelo dos Santos, presidente, completou “nosso objetivo é fortalecer a instituição do seguro, então, quando temos um tema que é pouco discutido, há uma excelente oportunidade para a ANSP”.

No primeiro painel, o Diretor da ANSP e Sócio Diretor da River Consultores Associados, Rogério Vergara, apresentou um breve histórico do ramo Seguro de Crédito Interno, sua modificação de registro na Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a evolução dos volumes de prêmios e sinistros observados de 2011 a 2018, além de apresentar premissas historicamente adotadas como explicação para a baixa aderência observada, ressaltando que “o trabalho acadêmico que se lança não pode estar subjugado às premissas não testadas já debatidas pelo mercado”. Também ressaltou que “As seguradoras mostraram que estão orientadas a modificar o produto e adequá-lo à atual formatação digital que a transformação tecnológica impõem, e, através de insurtechs, pode ser uma forma de fazerem a venda do produto chegar a todas as empresas do Brasil. São três aspectos tecnológicos importantes apontados nas apresentações: a formação do corretor, através de academias on-line, a administração da apólice pelo segurado, por meio das ferramentas que a seguradora disponibiliza e a possibilidade da seguradora fazer a venda do produto, através de corretores preparados, para os segurados com o uso da tecnologia”, ressalta Vergara.

Angélica Pereira, Gerente de Crédito da Lactalis do Brasil, expôs, no segundo painel, reflexo de sua experiência pessoal, os motivos pelos quais o Seguro de Crédito não é usado como mitigador de risco por empresas brasileiras. “Temos pouca informação do seguro de crédito no mercado, talvez essa tenha sido minha inquietação e principal motivação para o aprofundamento no assunto. Acredito que a pesquisa que estamos iniciando vão trazer o motivo do seguro de crédito não ter um desenvolvimento amplo como certamente o mercado deseja”, explica Angélica.

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Os pontos de vista das seguradoras e dos corretores foram o centro da discussão do terceiro painel, com a participação de Cristina Salazar, Diretora Executiva da CESCE BRASIL Seguros de Garantias e Crédito S.A, de Samuel Valezi, Diretor de Credit, Political and Security Risk na JLT Specialty Brasil, de Phillip Krinker, acadêmico da ANSP, sódio diretor da Credirisk Corretora de Seguros e membro da Comissão de Seguros de Crédito, Garantia e Fiança Locatícia do SINCOR-SP, e de Rodrigo Jimenez, CEO da Euler Hermes Seguros Brasil. Para Rodrigo, o seguro de crédito é uma alternativa importante para incertezas e deixou de ser uma ferramenta meramente de proteção para ser uma ferramenta de gestão financeira. “A indenização em caso de não pagamento, na minha opinião, é o último fator. O grande carro-chefe do seguro de crédito é prover as empresas de informação para que ela possa melhorar cada vez mais a rentabilidade”, afirma.

Phillip Krinker e Samuel Valezi, apresentaram o ponto de vista dos corretores no último painel. “Nós trouxemos assuntos de grande relevância para o mercado de seguro de crédito, que incomodam tanto as seguradoras, quanto as corretoras e segurados. São pontos sensíveis que precisam ser discutidos, colocados à tona e solucionados, pois assim todos ganham”, conclui Krinker.

O Acadêmico Marcelo Finardi, catedrático da ANSP, ficou responsável pela mediação do evento. A coordenação dos trabalhos ficou a cargo Edmur de Almeida, diretor de Fóruns Acadêmicos da ANSP, coordenador das comissões técnicas dos seguros de crédito, garantia e finança locatícia do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo (Sincor-SP) e da Federação Nacional de Corretores de Seguros (Fenacor), e pelo Acadêmico Rogério Vergara, coordenador da cátedra de Seguros de Danos: Riscos Financeiros e Diretor de Relações com o Segmento de Seguros de Danos.

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