Seminário promovido pela Marsh e pela JLT discute riscos de ataques cibernéticos

Cyber Security View reuniu 200 representantes de empresas brasileiras em São Paulo para debater as principais medidas de prevenção contra incidentes virtuais

Empresários, executivos e especialistas em tecnologia da informação e em segurança digital se reuniram na tarde da última quinta-feira, dia 16 de maio, no Cyber Security View 2019 para debater um assunto que atrai a atenção de companhias dos mais variados portes e perfis: os riscos de ataques cibernéticos e vazamento de informações depositadas em bases de dados. Durante aproximadamente cinco horas, 200 representantes das principais empresas brasileiras ouviram profissionais do setor de seguros corporativos e especialistas em segurança digital sobre as tendências do setor e principalmente a crescente necessidade de medidas de prevenção contra esse tipo de ataque como também de mitigação de danos caso eles venham a ocorrer.

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“Hoje, na América do Norte, os seguros contra os ataques cibernéticos já movimentam US$ 4 bilhões de dólares por ano e estão entre os principais itens das carteiras das seguradoras. No Brasil, esse é um segmento que só agora começa a ser visto com atenção, mas é inevitável que venha a crescer”, disse Alvaro Eyler, diretor de Risk Management da Marsh/JLT, empresa organizadora do evento, ao lado das seguradoras AIG, Zurich, Generali e Chubb.

Os seguros para riscos cibernéticos começaram a ser oferecidos no país em 2012. Adotados inicialmente por multinacionais alinhadas com as estratégias de suas matrizes europeias e americanas, ganharam nova dimensão a partir da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que prevê que a adoção de medidas de conformidade pelas empresas brasileiras até agosto de 2020. Pela nova lei, episódios de vazamentos de dados pessoais podem render multas de até R$ 50 milhões de reais. “A LGPD estabelece novos conceitos para dados pessoais e altera os mecanismos de transferências de riscos entre as empresas. Com isso, é preciso estarmos preparados para essa nova realidade no Brasil, assim como as companhias têm se preparado nos Estados Unidos e na Europa”, alertou o advogado Marcos Bruno, do escritório Opice Blum e Associados, especializado na área de direito digital.

O Cyber Security View 2019 teve a participação do promotor Kenn Kern, da Procuradoria de Justiça da Cidade de Nova York, que falou sobre as alianças de entidades públicas e privadas para prevenção e contenção de ataques em Nova York e no estado do Michigan. O delegado da Policia Federal Luiz Roberto de Godoy, traçou um contraponto brasileiro aos programas apresentados por Kern, ao discorrer a respeito do assunto sob o ponto de vista das autoridades brasileiras. “Nós ainda temos restrições a parcerias com empresas e instituições privadas na área digital e isso é uma questão que inevitavelmente terá que ser revista. Não há combate ao crime digital sem troca de informações entre governos e empresas”, disse o delegado.

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Na segunda parte do evento, o jornalista Pedro Doria conduziu um debate entre representantes de empresas que já enfrentam as ameaças digitais em suas operações. Alexandre Frasson (Tribanco), Thiago Galvão, (VLI), Felipe Melo (T-Systems) e Rogério Junior (Localiza) discutiram sobre os desafios que têm em suas operações com a nova legislação e como a ferramenta de seguros se encaixa em tal cenário.

Em outro painel, Marta Helena Schuh, especialista em riscos cibernéticos da Marsh/JLT, conversou com Hellen Fernandes (Zurich), Mariana Ortiz (Generali), Sandra Cabrera (Chubb) e Thiago Lino (AIG) sobre os mais recentes casos de ciberataques, no Brasil e no exterior. “Nossos dados apontam que uma em cada três empresas de médio e grande porte no Brasil sofreu algum tipo de incidente com vazamento de dados nos últimos 12 meses. É um índice alarmante”, disse Marta.

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