Tecnologia veio para democratizar o acesso ao seguro

Paulo Marchetti, CEO da ComparaOnline, participou do JRS São Paulo

Serviços que prezam transparência na relação com o cliente são o enfoque da ComparaOnline. O CEO do marketplace do setor de seguros, Paulo Marchetti, participou do JRS São Paulo e explicou um pouco mais sobre as novidades que a companhia está implementando no mercado segurador.

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“Foi um processo super enriquecedor, muito interessante. A gente veio pro Brasil já faz 5 anos, através da aquisição do Buscapé. Na época que o Buscapé entrou em serviços financeiros a gente achou que seria uma boa forma de entrar. O Buscapé hoje é sócio minoritário da ComparaOnline, um sócio brasileiro que a gente tem. Eles têm uma participação pequena mas estão alinhados com o nosso DNA. Então, a gente veio em um momento, 5 anos atrás, onde houve um “Boom” das insurtechs entrando no mercado e muitas ficando pelo caminho. Então, quando a gente entrou tava muito aquecido, os preços de aquisição de cliente, de equipe, pra você montar uma equipe, no Brasil tava muito caro para achar profissionais qualificados. E a gente veio construindo a nossa plataforma de tecnologia e observando sem um crescimento tão agressivo. Nos últimos 2 anos, quando a água baixou e a gente viu que muitos players saíram do mercado, a gente falou “Agora é a hora”. O mercado só cresceu e muitos players ficaram sem capital porque não tinham fundos que estavam dispostos a apostar pensando no longo prazo, diferente do nosso perfil. E aí a gente começou a acelerar bastante nos últimos 2 anos com a plataforma de tecnologia muito bem montada”, explicou Marchetti.

O campo da insurtech vai pra democratizar o acesso às soluções de seguros, na opinião do especialista. “A gente observa que o consumidor que não tem seguro tem ido pra internet buscar opção, isso é muito impressionante. Clientes começam a fazer perguntas muito básicas. “Por que eu pago uma franquia? Pra que serve uma franquia? O que é o prêmio?” Então a nossa missão é facilitar essa linguagem, tirar do “segurês”, falar uma linguagem que as pessoas entendam e saibam o que elas estão comprando. É super interessante que às vezes a gente vende um seguro, explica e depois de algum período a gente fala com o cliente e ele ainda não entendeu o que ele comprou. Então, nosso principal objetivo e das próprias insurtechs é levar o caminho da distribuição mais fácil, mais barata e mais eficiente. Isso só funciona em parceria com as seguradoras com a cabeça de modernização, de ganhar eficiência porque pra gente conseguir abranger o Brasil inteiro e todos os tipos de renda, o distribuir o seguro precisa ser barato. Se for um processo muito caro, se cada seguro que eu for vender eu depender de um atendimento de 5 horas, 4 horas, ele é muito caro. E isso desestimula a democratizar o acesso”, revela.

As preferências do consumidor moderno também estão na mira da ComparaOnline. “A gente sabe que esse consumidor não vai comprar de impacto, ele vai pensar um pouco. Ele tem algumas horas, um dia, dois dias para digerir aquele produto, entender o que ele tá comprando e aí consumir. Mas isso faz com que não seja tão importante eu não mostrar o preço porque senão ele vai achar que eu não estou resolvendo o problema dele. Então, a gente entende e respeita a questão de não querer mostrar o preço de algumas seguradoras online, mas a gente também entende o lado do consumidor que se frustra quando você vai buscar alguma coisa e eu não te atendo. A gente entende que tem alguma frustração que a gente tenta resolver porque a gente acha que essa comunicação é importante pro consumidor”.

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A tecnologia é evidenciada por Marchetti como um facilitador na vida do consumidor. “A gente investiu bastante para facilitar na hora de cotar e reduzir, também, erros operacionais. Quando você vai fazer uma cotação, se você sabe a placa do seu carro, não se pergunta mais chassi, ano, modelo. Com isso, mesmo que não mostre na tela, a gente já consultou qual é o veículo correto. Imagina só você achar que seu carro é modelo x e no documento ele é outro, aí eu vou fazer e vou errar. Então, tecnologia, principalmente pela quantidade de dados que existe no mercado hoje. A partir do momento que você me forneceu seu CPF, eu não preciso perguntar sua data de nascimento nem seu nome completo. Eu pergunto como a pessoa quer ser chamada, mas não preciso do nome completo. O uso da tecnologia, então, é pra ganhar rapidez, precisão na hora de informar dados, e a gente vê isso de forma super importante e, também, na agilidade da transmissão da própria venda. A gente entende que a parte do pós-venda ainda tem um campo muito grande pra gente melhorar. Até o processo de venda ainda flui, mas no pós-venda a gente ainda sofre um pouco quando tem alguma pendência de fazer alguma emissão de uma apólice. Alguns tipos de tratativas ainda são dores no processo de pós-venda que a gente sente bastante porque sai da esteira do automático e isso encarece. E toda vez que encarece a gente penaliza a distribuição que não consegue ser mais eficiente”.

Ainda assim, o fator humano ainda é crucial para a sustentabilidade de negócios no mercado segurador. “O fator humano ainda é muito importante na hora de complementar a tecnologia. Eu posso ter feito o melhor produto no ponto de vista de usabilidade, de tela, seja no celular ou seja no computador, mas se eu tiver um contato humano ruim ou inexistente, eu perco muito na percepção desse consumidor. Então, praticamente 100% das nossas vendas ainda passa por um contato humano que a gente tem buscado, cada vez mais, aumentar a qualidade”, justifica.

Independente da crise, Paulo Marchetti acredita no crescimento do mercado brasileiro. “A gente tem uma parte da população da população que ainda tá fora desse consumo de produto, faz parte do amadurecimento e da maturidade financeira das pessoas e também a discussão de previdência. A gente, então, precisa só aprender a lidar com novas realidades. De tecnologia, de acesso à informação etc.”, finaliza.

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