EXCLUSIVO: Diretor Executivo da Sabemi fala sobre denúncias de fraudes

Antonio Carlos Pedrotti defende que “há enorme confusão na matéria” envolvendo o nome da seguradora

O Diretor Executivo da Sabemi Antonio Carlos Pedrotti concedeu entrevista exclusiva a Revista JRS sobre as denúncias de fraude ocorridas nas últimas semanas. Pedrotti afirma que “há enorme confusão na matéria” envolvendo o nome da seguradora, tendo em vista que quem realizava descontos em contracheques de aposentados e pensionistas do INSS era a Central Nacional dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (Centrape) e bancos, e não a Sabemi.

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Sabemi anuncia devolução de dinheiro a aposentados lesados em golpe

Além disso, ele destaca que o episódio serve de alerta para a companhia, que não contava até então com uma área específica para detectar fraudes e que agora reforça medidas para prever possíveis falsificações. Sobre a suspensão das operações financeiras da empresa, ocorrida através de medida cautelar da Superintendência de Seguros Privados (Susep), disse que a Sabemi está buscando a reversão da decisão. Confira abaixo a exclusiva com o Diretor Executivo da Sabemi, Antonio Carlos Pedrotti.

Antes de a reportagem da RBS ir ao ar pela primeira vez, a Sabemi já sabia da denúncia? Como você e o corpo diretivo receberam a repercussão da notícia?

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Assim como os demais telespectadores, nós soubemos da ação daqueles possíveis golpistas que teriam lesado aposentados e pensionistas do INSS quando de matéria veiculada no programa Profissão Repórter da Rede Globo, em setembro de 2018. Desde então, surpreende a forma como repórteres vinculam a essa ação de oportunistas o nome Sabemi, com informações equivocadas tais como a de que a empresa faria descontos em contracheques de aposentados e pensionistas do INSS, quando só a associação (Centrape) e bancos faziam isso. Também confundiram a relação que a Sabemi tinha com a entidade: a Centrape contratou um Seguro de Acidentes Pessoais da Sabemi, para incluir no rol de benefícios de seus associados. Mais recentemente, quando a RBS voltou a explorar a mesma notícia, ficamos perplexos: não tivemos acesso às informações de que seríamos “acusados” e tampouco foi possível esclarecermos que há enorme confusão na matéria.

Funcionários flagrados com orientações para venda casada ou aceitação de propostas com assinaturas falsificadas estão sendo desligados da companhia?

A empresa tomou as providências que a lei autoriza no caso das pessoas identificadas nas reportagens, sejam empregados, sejam representantes.

A Sabemi, por ser uma empresa de porte nacional, não deveria ter uma área específica para detectar fraudes?

Esse episódio serve de alerta não apenas para nós, mas para todas as seguradoras do mercado. É preciso fortalecer os mecanismos de proteção contra golpistas. As seguradoras acabam sendo também vítimas porque esse tipo de fraude tem um alto custo de ressarcimento e de abalo do mercado como um todo. De toda forma, continuaremos investindo em tecnologia e em pessoas (não por acaso, a Sabemi figurou cinco vezes entre as melhores empresas para trabalhar no GPTW e duas vezes na revista Você S/A).

A Sabemi tinha conhecimento desde 2018 do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) aplicado pela Superintendência de Seguros Privados para ajustar as operações de empréstimos, a qual foi suspensa na quarta-feira desta semana? O que muda com essa suspensão?

Não houve nenhum termo de ajustamento de conduta firmado com a Superintendência de Seguros Privados. Vamos buscar reverter a suspensão.

Que medidas serão tomadas a partir desse acontecimento para que fraudes não ocorram mais?

As fraudes em seguros ocorrem no Brasil assim como no mundo todo. Não é diferente nos países mais maduros e desenvolvidos em seguros. No mercado americano, estima-se que sejam em torno de 30% os sinistros oriundos de fraudes. O que todos buscam, no nicho de mercado onde atuam, é desenvolver e aperfeiçoar as ferramentas de “análise preditiva”, mitigando, assim, alguns riscos existentes. Por exemplo, as seguradoras especializadas em seguros de automóveis há muito tempo utilizam o CEP do cliente para definir o preço do seguro (além de outros dados sobre o perfil do condutor). Por meio de análise preditiva, pode-se prever onde estão os maiores riscos e combatê-los.

Sob a sua perspectiva, que mensagem, diante deste acontecimento, fica para a indústria do seguro e para os clientes?

A mensagem que queremos deixar é que a Sabemi continuará sendo uma empresa sólida financeiramente e responsável socialmente. Nos orgulhamos dos nossos 45 anos de atuação, do relacionamento de confiança que temos com nossos clientes e da nossa contribuição para o desenvolvimento do mercado brasileiro. Vamos continuar lutando contra fraudes no mercado, e para esclarecer reportagens que desinformam em vez de demonstrar a realidade com clareza e precisão.

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