Presidente da Porto Seguro analisa oportunidades do mercado nacional

Roberto Santos esteve em Porto Alegre recebendo corretores


Para o presidente da Porto Seguro, Roberto Santos, a proteção veicular pode ser vista sob duas óticas para o mercado de seguros: pela ameaça e pela oportunidade. “Nós sabemos de uma iniciativa chamada proteção veicular, que não é seguro, é outra coisa”, destacou o executivo durante encontro promovido pela companhia nesta sexta-feira (19), em Porto Alegre, com a presença de 200 corretores de seguros.

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Sob o ponto de vista da ameaça à instituição do seguro, a proteção veicular não conta atualmente com um esclarecimento de que não se trata do mesmo produto que um seguro, uma vez que não conta com uma regulamentação específica. “Isso não é bem comunicado, o cidadão que compra uma proteção veicular compra muitas vezes achando que é seguro e não é seguro porque não existem provisões técnicas, reservas e isso significa dizer que a probabilidade da empresa ficar insolvente e deixar o cliente na mão é enorme. Depois ele [o cidadão] acha que comprou um seguro e o seguro não pagou e isso é um problema”, afirmou o presidente da seguradora que conta com 28% de marketshare entre as companhias nacionais que operam com seguro auto.

Apesar da crise econômica e mesmo com a mudança de comportamento do consumidor em relação ao automóvel, a carteira  da Porto Seguro continua crescendo. A penetração do mercado de seguros como um todo na frota circulante chega aos 30%. “Esse mercado tem conseguido trazer para essa operação pessoas que não faziam parte do mercado de seguros, ou seja, a proteção veicular está atacando muito nesse 70% que não faz seguro”, analisou.

Contudo, ele ainda comentou que há oportunidades nesse acontecimento. “Por não serem regulados, eles conseguem ter mais flexibilidade de regras, de atender anseios do cidadão. Por exemplo, uma seguradora não pode parcelar o seguro por mais de 11 parcelas, a Superintendência de Seguros Privados não permite porque a última parcela não pode vencer depois do final de vigência da apólice. Então, já se mostra que a seguradora não pode fazer qualquer coisa”, afirmou. Ele enxerga o atual Governo, mais liberal, e o comando da Susep como uma maneira de avançar nesse sentido. “Um discurso na linha de dar mais flexibilidade para o mercado de seguros para que o seguro no Brasil passe a ter índices de países desenvolvidos, porque nós temos muito potencial de crescimento”, disse. “Nós temos que tirar essas amarras de regras desnecessárias que só nos impedem de atender os anseios do consumidor e por isso o advento da proteção veicular nos dá argumentos para a discussão com a Susep de flexibilização de regras”, complementou.

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A Porto Seguro trabalha com três linhas de negócios: seguros, produtos financeiros e serviços. E além disso, também é pioneira em inovação. “Hoje todo carro que sai de fábrica vem com uma luz na parte traseira no para-brisa que é o break light, que foi inventado pela Porto Seguro, não foi pelas montadoras, para reduzir a quantidade de colisões na traseira, já que a luz do freio fica embaixo, e nós tivemos essa sacada há 20 anos atrás nos nossos postos de vistoria”, exemplificou. “Uma iniciativa que tinha por objetivo diminuir o número de batidas, na verdade virou um objeto de desejo do consumidor, vendemos muito seguro porque tinham pessoas que queriam ter aquilo no carro e tal. E isso foi incorporado pelas montadoras”, acrescentou.

Para os corretores de seguros, o presidente defendeu que a sua história “se confunde com a desses profissionais”. “Eu costumo dizer que na companhia temos um leque de mais de 50 produtos, mas nunca criamos um produto que não possa ser comercializado pelo corretor de seguros, pois tudo que nós fazemos precisa ser distribuído por eles”, ressaltou.

O gerente regional Rio Grande do Sul Porto Seguro, Edgar Anuseck Neto.

O encontro na Capital gaúcha, que é a segunda maior em produção, marcou a presença da seguradora no dia a dia dos corretores. “Fazemos questão de estar junto dos corretores de seguros e para nós é um marco muito importante ter Roberto Santos junto não só para falar das novidades e como deixamos a companhia mais leve para o corretor, mas também para escutar esse profissionais”, reafirma o gerente regional Rio Grande do Sul Porto Seguro, Edgar Anuseck Neto. “Sempre crescemos ouvindo o corretor para fazer as melhorias devidas e ver de que maneira podemos contribuir juntos para continuarmos melhorando”, conclui o gerente ao lembrar que o balanço é positivo do um ano e meio que está como responsável da companhia na região.

Fotos: Filipe Tedesco/JRS

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