Vou fazer intercâmbio, preciso de seguro viagem?

Compara fala sobre a importância da contratação do produto e explica também as principais questões a respeito do uso do serviço oferecido pelo cartão de crédito

Ano após ano o Brasil tem batido recordes com o número de estudantes fazendo intercâmbio. De acordo com a última pesquisa apresentada pela Belta – Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio, o setor cresceu mais de 20% em 2018 se comparado ao ano anterior. O número passou de 302 mil para 365 mil intercambistas. Apesar do crescimento, alguns estudantes ainda possuem dúvidas sobre a utilização do seguro viagem e as possibilidades oferecidas pelo cartão de crédito.

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Sobre o seguro, Paulo Marchetti, CEO da Compara, shopping de seguros e produtos financeiros, explica que, em geral, as coberturas para intercâmbio são as mesmas de um seguro viagem convencional. “O que pode variar são algumas especificidades que cada universidade ou escola pode exigir. Neste caso, o estudante tem que procurar um seguro que se adeque à sua necessidade. Pode haver exigência, por exemplo, de algum valor mínimo de cobertura, de isenção de franquia ou coparticipação do segurado”, conta.

Algumas operadoras de cartão de crédito oferecem opções de seguro viagem para intercambistas, mas nem sempre vale a pena. As coberturas geralmente não são as mesmas do seguro convencional e funcionam apenas por reembolso, ou seja, o segurado precisa custear suas despesas e solicitar o ressarcimento. Se para quem viaja a passeio já seria uma dificuldade, para estudantes que costumam ter menos dinheiro seria ainda pior.

“Existem outros pontos que precisam ser analisados com atenção antes da contratação do seguro do cartão. Intercambistas são, em sua maioria, jovens dispostos a novas experiências e desafios, o que pode incluir a prática de esportes radicais. Caso ocorra um acidente, esse estudante terá uma surpresa, o produto oferecido pelas operadoras de cartão não irá cobrir as despesas”, explica Marchetti.

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Também vale lembrar que geralmente o serviço do cartão tem apenas três meses de duração, tempo inferior aos intercâmbios mais comuns, com no mínimo um semestre de estudo fora do país. O valor da cobertura oferecida por esse seguro ainda dependerá do tipo de cartão.

Neste cenário, é mais vantajoso contratar o seguro viagem específico para intercâmbios. Para isso, é preciso apresentar um comprovante de estudos no exterior. Nos Estados Unidos é comum que as universidades façam algumas exigências com relação ao serviço ou até ofereçam um seguro saúde que deverá ser pago pelo aluno durante o período de estudo.

“Em geral, quanto mais tempo a pessoa permanece viajando, maior a probabilidade de precisar do serviço. Intercambistas costumam ficar mais de três meses fora e neste período estão suscetíveis a ter algum problema de saúde, ainda que simples, como uma gripe, infecção de garganta. Além de casos emergenciais e de urgência cobertos por todo o período contratado, até o limite da cobertura. Por isso, o seguro viagem é fundamental”, completa Marchetti.

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