Covid 19: depois de trimestre perdido, 75% da economia chinesa está de volta

Economista da Euler Hermes analisa os impactos do coronavírus

O crescimento do comércio chinês nos primeiros dois meses de 2020 foi o mais baixo desde 2016, segundo análise da Euler Hermes, líder mundial em seguro de crédito. A queda continua pequena em comparação com 2009, quando as exportações e importações desaceleraram até -26,5% e – 43,1% a/a em um mês, respectivamente. Em janeiro e fevereiro de 2020, as exportações e importações caíram em -17,2% e -4,0% a/a respectivamente.

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De acordo com a seguradora, a queda nas exportações foi maior do que o esperado e implica que este será o início de ano mais fraco desde 2016. Os próximos meses podem apresentar uma maior deterioração no comércio conforme as medidas de contenção no mundo inteiro agem como barreira comercial.

“Estimamos que as medidas de contenção na China devem, custar -3pp do crescimento do PIB a/a no primeiro trimestre, com -1,8pp devido ao consumo privado mais baixo. Medidas drásticas ainda aplicadas na província de Hubei (que representa cerca de 4,5% do PIB da China), além da prudência e distanciamento social no resto da China, estão afetando o consumo das famílias, especialmente os gastos discricionários”, afirma a economista-sênior da Euler Hermes, Françoise Huang.

A volta da confiança do consumidor e dos gastos aos níveis normais pode levar mais tempo do que a recuperação da produção. Nesse estágio, os volumes de transação de propriedades continuam cerca de 70% abaixo de seus níveis usuais na sexta semana após o Ano Novo Lunar (Figura 2). Um mês após a implementação de medidas de contenção, um ponto de virada foi visto na epidemia na China. O foco deve ter se voltado para a recuperação da atividade econômica.

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Os números indicam que a economia chinesa ainda está operando cerca de 25% abaixo de seus níveis normais. O número de casos ‘ativos’, ou seja, pessoas que ainda estão doentes e potencialmente contagiosas, está em queda desde 18 de fevereiro (19.016 em 8 de março em relação ao pico de 58.016).

Os dados diários sobre congestão de tráfego e consumo de carvão sugerem que a economia chinesa no geral ainda está operando cerca de 25% abaixo de seu nível usual na sexta semana após o Ano Novo Lunar.

A produção industrial, as vendas de varejo e dados de investimento para janeiro e fevereiro, que serão liberados em 16 de março, fornecerão uma visão melhor do quanto o surto de COVID-19 afetou a economia chinesa.

“Esperamos uma recuperação total da atividade econômica chinesa até o final de abril. As autoridades irão reiniciar a economia gradualmente para conter o risco de uma aceleração renovada no contágio do COVID-19 conforme trabalhadores migrantes retornam aos seus locais de trabalho, e conforme a epidemia piora no resto do mundo”, acredita Huang.

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