Retomada da bolsa deve ser lenta

Recuperação da bolsa brasileira deve ser em marcha lenta, com investidor estrangeiro averso ao risco e local tentando se recuperar do tombo recente

Mesmo com as elevadas incertezas e a alta volatilidade das últimas semanas, o investidor local segue firme na bolsa brasileira – mas dificilmente deve aumentar sua exposição de forma significativa, pelo menos até recuperar suas perdas. Já o estrangeiro deve se manter ainda mais distante, em um cenário mundial de aversão a risco e com contração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Assim, a recuperação do Ibovespa após a crise do coronavírus deve ser em marcha lenta.

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O investidor estrangeiro tem saído sai da bolsa local desde o ano passado, quando o fluxo no mercado secundário ficou negativo em R$ 44,5 bilhões – ou seja, mais venderam que compraram ações no pregão. Em 2020, a fuga continua. Somente nos três primeiros meses do ano, o saldo dos negócios dessa categoria de investidor está negativo em R$ 60,7 bilhões, até o último dia 25. Já o local – pessoa física e institucional – é quem sustenta o fluxo positivo, com um total de R$ 59,2 bilhões em 2020.

Segundo executivos de bancos e gestores de fundos de investimentos, o investidor local foi quem sustentou o Ibovespa próximo dos 120 mil pontos em janeiro, mas o panorama era outro. A pandemia de coronavírus colocou em xeque dois dos principais pilares que sustentaram a alta da bolsa: crescimento da economia e do lucro corporativo. O que resta é a taxa básica Selic em 3,75% ao ano, deixando a renda variável ainda como a opção mais atraente.

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