Planos de saúde adiam reajuste anual

FenaSaúde e a Abramge recomendaram a medida para as associadas, que atendem a cerca de 26 milhões de beneficiários

A FenaSaúde e a Abramge recomendaram às suas associadas o adiamento, por 90 dias, dos reajuste dos planos de saúde individuais e de pequenas e médias empresas, até 29 vidas, a partir de 01 de maio. As instituições representam operadoras que atendem aproximadamente 26 milhões de beneficiários.

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“Consideramos que esta é mais uma forma de colaborar com milhões de famílias e pequenas empresas, ao mesmo tempo em que ajudamos a manter em pleno funcionamento o sistema de saúde do país neste momento mais crítico da pandemia”, afirmaram as entidades em nota, de acordo com o Valor Econômico.

A suspensão temporária contempla os reajustes técnico-financeiros – que ocorrem anualmente de acordo com a variação dos custos assistenciais – e os aumentos por mudança de faixa etária. A adesão à proposta é voluntária e cada empresa é responsável por informar os clientes sobre os procedimentos necessários.

“A medida é mais um exemplo da proatividade do segmento de saúde suplementar no enfrentamento à epidemia de Covid 19”, destaca Fernando Simões, diretor executivo do Sindseg SP. No dia 10 de março, por exemplo, o mercado se antecipou à escalada de casos e, ao lado da ANS, oficializou a inclusão do exame da doença no rol de procedimentos obrigatórios.

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“Manifestamos o compromisso de atuar tanto nos tratamentos de pacientes diagnosticados, conforme já vem acontecendo em casos em que há cobertura, quanto nos testes laboratoriais para detecção do vírus”, afirmou Vera Valente, diretora executiva da FenaSaúde, na ocasião.

Logo as empresas também apoiaram a ANS em providências para preservar a sustentabilidade do sistema privado diante do aumento inesperado de demanda por assistência. Para garantir o máximo de recursos para o atendimento da pandemia, foram ampliados excepcionalmente os prazos para a realização dos procedimentos sem caráter emergencial e não relacionados com a Covid-19.

Em conjunto com a agência também criaram dispositivos para apoiar as reservas financeiras do segmento. “É preciso estar muito atento e consciente da necessidade de resguardar a robustez do sistema de saúde suplementar, e, dessa forma, também evitar fragilização maior do sistema de saúde brasileiro como um todo diante do agravamento da pandemia”, alertou a FenaSaúde.

O bom funcionamento do sistema privado é de interesse público, mesmo nos períodos de normalidade. O segmento contribui com cerca de 163 mil leitos e 160 mil médicos para a capacidade de atendimento do país. De acordo com a Abramge, somente em 2020 (até 23 de abril), as operadoras já investiram aproximadamente R$ 53 bi em assistência para os 47 milhões beneficiários. Em 2019, a ANS, informou que foram R$ 130 bilhões.

As operadoras também repassaram R$ 1,15 bilhão ao SUS em 2019 como forma de ressarcimento ao atendimento a beneficiários de planos de saúde. Nos últimos três anos foram R$ 2,5 bilhões.

Em mais uma conta, o IESS informa ainda que o gasto per capita do governo com o SUS foi de R$ 1.742,83 em 2018 (últimos dados disponíveis) e as deduções fiscais por beneficiário de plano de saúde foram de R$ 442,32. Ou seja, o governo teve uma economia de R$ 1.300,51 para cada beneficiário que se vale do incentivo fiscal e deixa de ir ao SUS. O país, portanto, pode economizar até R$ 3 para cada R$ 1 em incentivo fiscal na saúde, conclui o documento.

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