BB Seguridade registra lucro de R$ 882,7 mi

Resultados do primeiro trimestre já mostram o início do impacto da pandemia de Covid-19

Os resultados da BB Seguridade no primeiro trimestre de 2020 já mostram o início do impacto da pandemia de covid-19, conforme reconheceu a própria companhia.

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De acordo com a BB Seguridade, ‘após a decretação da pandemia da Covid-19, observou-se uma rápida desaceleração do faturamento a partir da segunda quinzena de março, principalmente nos seguros de vida, na previdência e na capitalização, com reflexos nas receitas de corretagem da BB Corretora’.

A companhia ainda ressaltou ter ocorrido a partir da metade do último mês do trimestre ‘um aumento significativo nos pedidos de resgates [de previdência privada], com os clientes buscando alocar seus recursos em instrumentos com maior liquidez e menor volatilidade no curto prazo’.

Porém, os números dos três primeiros meses de 2020, notou a holding, refletem, principalmente, o desempenho até a primeira quinzena de março, antes do início da crise.

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O lucro líquido do período recuou 12,9% ante o mesmo intervalo de 2019 para R$ 882,7 milhões. Segundo a holding de seguros, previdência e capitalização controlada pelo Banco do Brasil (BB), o recuo refletiu um resultado negativo da Brasilprev e a perda da contribuição do IRB Brasil Re, após a alienação da participação no ressegurador, que, em 2019, contribuiu com 5% do resultado dessa linha.

O resultado operacional combinado das empresas do conglomerado cresceu 19,6% na comparação anual. Conforme a BB Seguridade, o aumento teve como principais fatores a redução da sinistralidade de seguros, o desempenho comercial no seguro rural e no prestamista e uma maior arrecadação em planos de previdência.

As receitas operacionais consolidadas, porém, recuaram 6,3% no primeiro trimestre, ante o mesmo período de 2019, para R$ 1,169 bilhão, devido a um recuo do resultado de investimento em participações societárias.

O volume total de prêmios emitidos de seguros, contribuições de previdência e arrecadação com títulos de capitalização alcançou R$ 13,3 bilhões no primeiro trimestre de 2020, avanço de 19% em relação ao mesmo período do calendário anterior.

Os prêmios emitidos de seguros vieram 15,9% acima do primeiro trimestre de 2019. O volume alcançou R$ 2,2 bilhões. A receita com corretagem também subiu fortemente, para R$ 883 milhões no período, com alta anual de 15,8%.

Um dos pontos negativos dos resultados veio pela linha do resultado financeiro, que caiu 84% ante os três primeiros meses de 2019. Foram R$ 49 milhões em 2020, frente a R$ 297 milhões um ano antes.

A companhia justificou o resultado pelo ‘descasamento temporal na atualização de ativos e passivos [de planos de previdência de benefício definido], e a alienação da participação no IRB Brasil RE, que havia contribuído com R$ 49,4 milhões no resultado de investimentos em participações societárias no primeiro trimestre de 2019’.

As despesas gerais e administrativas da BB Seguridade também apresentaram crescimento elevado de 102% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2019. A companhia ressalvou que, no ano passado, houve efeito positivo de ‘uma reversão de R$ 1,8 milhão de provisão constituída para aquisição de ações relativas a parcelas diferidas dos programas de remuneração variável dos administradores dos exercícios 2014 e 2015’.

Segundo a holding, ‘excluindo o efeito dessa reversão no primeiro trimestre, as despesas gerais e administrativas teriam crescido 30,9%’. A empresa citou como causas do aumento o crescimento das despesas tributárias incidentes sobre receitas financeiras, em razão da manutenção em aplicações dos recursos provenientes da alienação da participação no IRB, o aumento das despesas com pessoal, com contratações nas áreas de análise de dados e em tecnologia da informação, e evolução nos gastos com processamento de dados.

Diante das incertezas trazidas pela covid-19, a BB Seguridade suspendeu o ‘guidance’ para 2020. Em fato relevante divulgado pela empresa, o cenário da pandemia ‘acarretou mudanças significativas nas premissas que embasaram as projeções iniciais’.

‘Tal cenário ainda não permite que a companhia tenha clareza quanto à evolução e a duração dos impactos na atividade econômica e, por conseguinte, em seus negócios’, aponta o documento.

A companhia informa que as projeções serão retomadas ‘tão logo haja redução no nível de incerteza quanto aos impactos da pandemia na economia e às repercussões em seus negócios’.

O guidance suspenso estabelecia crescimento para o resultado operacional não decorrente de juros ajustados (ex-holdings) na faixa entre 7% e 13%, alta de prêmios emitidos pela Brasilseg de 5% a 10% e subida de reservas de planos de previdência PGBL e VGBL da Brasilprev de 10% a 13%.

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