Crise ensina pequenas empresas sobre a importância do fluxo de caixa

70% das PMEs não têm planejamento financeiro previsto para períodos de crise

O coronavírus foi descoberto oficialmente no dia 31 de dezembro de 2019, na China, e não demorou muito para o avanço do vírus pelo mundo causar um colapso econômico, afetando especialmente os pequenos negócios. No Brasil, pelo menos 600 mil micro e pequenas empresas já fecharam as portas e 9 milhões de funcionários foram demitidos em razão dos efeitos econômicos, de acordo com o Sebrae.

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A crise expõe um dos principais problemas das pequenas empresas brasileiras: elas não conseguem manter um fluxo de caixa saudável para imprevistos, alerta Reginaldo Stocco, CEO da startup vhsys, que desenvolve sistema online de gestão empresarial.

“É claro que essa crise foi a mais imprevisível de todas, mas ela também serve para mostrar que a gestão de inúmeros negócios ainda é feita no dia a dia, sem uma previsão ou um planejamento a longo prazo. Se podemos tirar algo de positivo em toda essa situação é que o momento é propício para reflexão e reorganização dos negócios”, diz.

Os dados corroboram a análise de Stocco. De acordo com levantamento da Intuit Quickbooks, mais de 70% das PMEs não têm planejamento financeiro previsto para períodos de crise. Já um levantamento feito pela própria vhsys apontou um número maior: 85% das empresas não estavam preparadas para um momento como esse.

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Para Stocco, a falta de uma gestão mais eficaz ocorre por diversos motivos. “Empreender no Brasil é um desafio e nós temos uma infinidade de procedimentos burocráticos a cumprir. Para manter o negócio nos trilhos, o empresário precisa resolver várias coisas todos os dias e não tem tempo de olhar para o negócio de maneira mais estratégica. Essa crise serve como um alerta, pois é um bom momento para pensar como uma gestão analítica e organizada pode fazer a diferença em emergências”, analisa.

O principal conselho do especialista é separar as despesas fixas das variáveis. “Algo básico ainda é bastante negligenciado por alguns negócios. Gastos variáveis, como insumos, podem diminuir, pois vão variar de acordo com as vendas. Isso dá uma noção do que pode ser cortado neste momento. Já os gastos fixos, como aluguel, devem ser revistos para pensar em alternativas, como prazo maior para pagamento ou até suspensão de algum produto ou serviço dispensável”, aconselha.

Outro conselho é utilizar softwares de gestão gratuitos. A vhsys, por exemplo, liberou gratuitamente sua plataforma de gestão, que permite realizar tarefas como a emissão de nota fiscal, controle do fluxo de caixa e gestão de clientes. Também é possível vender produtos usando uma loja virtual ou se conectar com marketplaces. O sistema ficará liberado por 90 dias e pode ser acessado neste link.

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