CNseg promove webinar sobre pós-pandemia

Debate apresentou os produtos que estarão na mira das seguradoras para atender à demanda do pós-coronavírus

A Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), promoveu uma webinar na manhã desta quarta-feira (13). Com o tema “Produtos de Seguros Pós-Covid-19: Adaptação ou Revolução?”, o debate virtual contou com a mediação do Presidente da CNseg, Marcio Coriolano, e com a participação dos presidentes da FenSeg, FenaSaúde, FenaPrevi e FenaCap.

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O Presidente da CNseg* e Diretor Presidente da Fenaseg*, Marcio Coriolano, iniciou o debate afirmando a necessidade do mercado se preparar para o pós-pandemia, já que o mercado segurador precisa de estabilidade de receita. “A estabilização da economia do mercado de seguros é vital”, destacou Coriolano. Logo após, os Presidentes das Federações iniciaram o diálogo.

O Presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) e CEO da Chubb Seguros Brasil, Antonio Trindade, acredita que o setor irá passar por uma adaptação, e que a sociedade estará diferente quando a pandemia acabar. “Vamos passar por uma adaptação. Aliás a indústria de seguros já passa por isso constantemente. O fato é que sairemos diferentes da pandemia, devido ao impactos causados na economia e sociedade”, explicou Trindade.

Segundo o Presidente da FenSeg, o segmento de responsabilidade irá se desenvolver, e vai se adaptar no momento pós-pandemia, já que o mercado está se desenvolvendo constantemente, e utiliza novas ferramentas tecnológicas. “Na maioria das seguradoras, nós já usamos inteligência artificial e ferramentas digitais, então certamente continuaremos evoluindo, e todos vão evoluir na sua interação aproveitando a tecnologia”, disse.

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Já os seguros residenciais devem ganhar destaque, tendo em vista o aumento do tempo em que as pessoas estão em suas residências com a implantação do home office. “Nós já estávamos promovendo novos produtos, mas eles serão adaptados, como seguros de cobertura intermitentes devem seguir avançando, e o seguro residencial ganhará novo fôlego, já que teremos um aumento do home office, e isso trará a necessidade de seguro para aparelhos eletrônicos”, ressaltou Trindade. Outros seguros que terão destaque quando a pandemia acabar, são os seguros para microempresas, seguro viagem, seguro incêndio e seguro de transporte.

“O efeito dessa pandemia é a consciência das pessoas que elas precisam se proteger. Pessoas físicas e jurídicas vão buscar transferir riscos para as seguradoras”, finalizou Trindade.

O Presidente Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) e Vice-Presidente do Grupo NotreDame Intermédica, João Alceu Amoroso Lima, criticou a nova medida instaurada para auxiliar os atendimento de pacientes do novo coronavírus (Covid-19). A gestão unificada de leitos, permite que o Sistema Único de Saúde (SUS) utilize leitos de hospitais privados, e segundo o presidente da FenaSaúde, isso pode desorganizar o sistema privado. “Somos contra a medida da gestão unificada de leitos, já que ela pode desorganizar o sistema suplementar. Não parece haver gestores públicos que possam gerir essa adaptação”, disse.

Além disso o presidente da FenaSaúde lembrou que existem quase mil Projetos de Lei no Congresso Nacional que estão sendo debatidos e que podem impactar no setor da saúde suplementar. “Impedir a suspensão ou o cancelamento de planos de saúde são as mais comuns. A nossa preocupação é que precisamos preservar a receita das operadoras, já que qualquer diminuição das receitas chegará aos hospitais, como em um efeito dominó.

Já no pós-pandemia, Lima acredita que não haverá mudanças relevantes na saúde, mas que as liminares de risco de vida serão reduzidas, e a telemedicina ganhará espaço no setor. “Acho que ficou claro o salto que o sistema privado está dando em digitalização. A telemedicina, no seu formato de teleconsulta, se tornou uma ferramenta necessária e amigável, que inclusive ajudou pacientes com suspeitas de coronavírus”, destacou.

O Presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) e Presidente da Bradesco Vida e Previdência e Bradesco Capitalização, Jorge Nasser, declarou que o mercado de seguros irá se adaptar ao pós-pandemia e criou questionamentos em quatro dimensões que o setor precisa responder. São elas:

– Produto: Será que o foco do consumidor será voltado para pandemias e quanto ele estará disposto para pagar pelo produto;

– Comercial: O que muda para o comercial, já que as pessoas estão se adaptando a venda online e utilização de aplicativos. “As vendas onlines acabam com os intermediários, e dado o papel da digitalização, será que o corretor vai perder espaço? Eu acredito que não. Acho que o papel do corretor continua sendo a de um agente de transformação social porém com muito mais responsabilidade”, disse.

– Gestão de riscos: O mercado precisa falar de alguns fundamentos de gestão como ética, boa fé entre as partes, solidarismo. “Vale lembrar a previsibilidade é o mais importante princípio do nosso setor, por isso nos preocupa o fato de que projetos de lei ignorem isso,e façam com que o setor se torne inseguro”, afirmou Nasser,

– Atendimento: Segundo o presidente FenaPrevi, o setor precisa está preparado para atender uma grande demanda. “Lamentavelmente, as pessoas perceberam a importância da necessidade do seguro, lamentavelmente neste momento”, finalizou.

Já o Presidente da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap) e Diretor Comercial da Brasilcap Capitalização, Marcelo Farinha, contou que a capitalização nasceu em um momento de crise no Brasil há 91 anos, o que trouxe muitos aprendizados e proporcionou estímulos para o setor se reinventar e lançar novos produtos.

“A crise traz a necessidade de se repensar. Assim como o renascimento que marcou o fim da Idade Média, a crise da pandemia trará mudanças. As autoridades do mundo inteiro estão com dificuldades de enfrentar os seus reflexos econômicos”, ressaltou Farinha.

De acordo com o Presidente da FenaCap, os processos por meio do teletrabalho estão funcionando normalmente, mas a distribuição ainda está voltada para a distribuição física. Farinha também salientou que antes de atingir o estágio da pós-crise, é preciso sobreviver a ela. “A pandemia vai acelerar o processo de transformação que já existe. Estamos diante de um super consumidor, cada vez mais exigente, mais conectado, mais informado, que demanda mais tecnologia e uma maior gestão. A crise fará com que as pessoas revejam a sua real necessidade de consumo, de padrões de consumos. Os produtos mais sustentáveis, conscientes e responsáveis serão valorizados”, pontuou Farinha.

Ao final do seminário online, os Presidentes das Federações responderam perguntas enviadas pelos espectadores, e comentaram sobre pay-per-use, sandbox, recessão, economia e governo.

Para assistir a webinar na íntegra, clique aqui.

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