Dólar a R$ 6,00 já era previsto em 2019

Segundo especialista, piso de queda no PIB será de 7%

O dólar vem atingindo novos recordes nominais, onde já chegou a ser vendido por R$ 5,90. Desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), as oscilações da moeda norte-americana têm sido cada vez mais frequentes e o valor se aproxima dos R$ 6. A moeda se aproximou novamente deste patamar após o pedido de demissão do Ministro da Saúde, Nelson Teich, que veio em menos de 1 mês de exercício no cargo. Todavia, alguns especialistas já previam o valor elevado da moeda caso o Governo Bolsonaro começasse a apresentar enfraquecimento. Vale ressaltar que Teich já é o terceiro ministro a deixar o governo durante o período de pandemia, e especialistas temem que Guedes também deixe em breve.

Publicidade

Guto Ferreira Analista Político-Econômico da Solomon’s Brain, afirmou ainda em 2019 que caso as coisas ficassem complicadas no Governo, o dólar bateria R$ 6. O Analista afirma que o discurso do Ministro da Economia, Paulo Guedes, era otimista, e, ainda segundo ele, quem seguiu esta visão sem conhecer, apostava em um dólar estável, o que não acontece. “A maioria das pessoas que embarcaram no discurso puramente otimista do Paulo Guedes sem conhecer a dinâmica do governo federal e a da política brasileira ou dos impactos que isso tem no dia-a-dia de Brasília, elas apostavam em dólar super estável”.

Ferreira conta que a previsão se deu pelos indícios de desorganização. “Nós sabíamos que o governo estava muito desarticulado e que as políticas econômicas não estavam robustas para serem colocadas na rua, porque sabíamos que a política do Paulo Guedes é fiscalista e não é de incentivo a economia real. Se for juntar tudo isso, é obvio que você vai ter uma desvalorização do real e um aumento do dólar extremamente expressivo”.

Para o Analista, atualmente, tem se mostrado a falta de medidas para retomar a indústria, o que, para ele, mostra desinteresse do governo na microeconomia. “A falta de políticas que pudessem movimentar a indústria de comércios e serviços está sendo demonstrada agora, o governo não apresentou nada sobre um projeto de recuperação, porque não é a área deles, eles são unicamente fiscalistas e arrecadatórios. Então, se você juntar tudo isso, mais o cenário que estava acontecendo fora do país, passamos a analisar muito mais realisticamente do que o próprio mercado, isso fez que com a gente acertasse, e fomos os primeiros a acertar”, afirma. Ferreira destaca que quem seguiu o discurso de Guedes, não conhece Brasília. “Quem embarcou no otimismo de Paulo Guedes não conhece Brasília, errou fragorosamente. O boletim Focus também está indo em uma linha errada, dizendo que o governo reviu uma queda no PIB de 4%, isso é mentira, nós estamos em maio, podemos calcular queda no PIB de 7% com absoluta tranquilidade. O piso de queda no PIB é de 7% no mínimo”, finaliza.

Publicidade

Artigos Relacionados