MAG Live traz perspectivas da economia brasileira na pandemia

Debate promovido pela MAG Seguros trata dos impactos econômicos e riscos fiscais durante e após o coronavírus

A nova edição da MAG Live, realizada nesta quarta-feira, 10, abordou as várias medidas econômicas tomadas pelo Governo Federal durante a pandemia e os riscos fiscais envolvidos. O debate contou com a participação do subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal do Tesouro Nacional, Pedro Jucá Maciel, da consultora e doutora em Economia pela USP, Zeina Latif, e da estrategista da MAG Investimentos, Patrícia Pereira. O fórum apresentou as preocupações que a pandemia da Covid-19 tem causado à economia brasileira e os riscos fiscais gerados por ela.

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Jucá ressaltou as dificuldades que o país tem enfrentado e a preocupação em investir nas prioridades da sociedade no atual momento. “O Brasil nunca ampliou tanto suas dívidas e recursos para suprir as necessidades dos brasileiros como nesta pandemia. Há um choque nas despesas enquanto as receitas estão caindo. Vamos ter que pagar essa conta no futuro. Esse é o nosso desafio. Não podemos conviver com esse déficit por muito mais tempo”, comentou.

Ele reforçou a necessidade de se realizar um reajuste na dívida bruta e nas despesas do país. “O espaço para novas despesas está bastante limitado no Brasil. É importante entendermos que as medidas tomadas para combate à Covid-19 são temporárias e que não podem se tornar fixas. O país, assim como todos os outros emergentes, sairá enfraquecido da pandemia, mas conseguiremos cumprir nosso teto de gastos até o fim desse governo”, afirmou o subsecretário.

A economista Zeina Latif fez uma análise ampla dos impactos da pandemia. “Estamos falando de uma crise severa, que machuca muito o setor produtivo e não existe volta rápida da economia neste momento, pois o país sairá muito enfraquecido da pandemia. O setor da indústria é o que mais me preocupa”, salientou. “Ter uma ancoragem macroeconômica significa reforçar a necessidade de reformas. As reformas que a gente estava discutindo lá atrás pré-pandemia se tornaram ainda mais urgentes. Só dá para equilibrar deterioração fiscal de um lado, e garantir ambiente macroeconômico e recuperação, se a gente enxergar que o governo tem uma agenda de ajuste fiscal que seja exequível. Quer dizer, se há condições políticas. Tem plano e tem capacidade de execução. É isso que os mercados monitoram e o que vai ser essencial para a gente avaliar o comportamento da curva de juros lá na frente”, completou

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A respeito das preocupações do mercado financeiro, a estrategista Patrícia Pereira pontuou a importância da prudência. “Quando falamos sobre a melhora substancial do mercado de meados de maio para cá, é importante tratarmos com muita cautela. A preocupação do mercado é que as despesas relacionadas às medidas tomadas neste período de pandemia escorreguem para 2021. Por isso, o mercado vem agindo com cuidado”, concluiu.

Ao encerrar a live, o subsecretário ressaltou que o país tem possibilidade de recuperação, ainda que não imediata, mas ela acontecerá de forma equilibrada. “Poucas mudanças podem trazer grandes retornos. Se conseguirmos resolver o setor fiscal e avançarmos na agenda de melhorias de negócios e estabilidade fiscal, o Brasil tem tudo para decolar. Nós temos uma demografia favorável e graças a isso ganhamos uma oportunidade, que não é eterna. Isso nos dá tempo para analisarmos o que deu certo no mundo e tentarmos copiar”, finalizou Jucá.​

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