Estudo sinaliza que a era das insurtechs pode estar próxima

Crescimento das startups da área de seguros nos Estados Unidos começa a refletir no mercado brasileiro, segundo executivo da Kakau Seguros.

Segundo o relatório da Willis Towers Watson, o investimento em insurtechs atingiu US$ 6,7 bilhões nos Estados Unidos, ao longo de 2019. Na maior economia ocidental, já se identifica que o aumento da penetração dessas startups do setor de seguros está levando as seguradoras tradicionais a quebrarem paradigmas no quesito inovação. O estudo americano indica que uma revolução insurance, do ponto de vista tecnológico, estará consolidada nos próximos 10 anos.

Publicidade

No Brasil, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) discute desde 2019 a realização de um sandbox regulatório. “O termo refere-se à flexibilização de normas regulatórias, com o objetivo de permitir que empresas de tecnologia desenvolvam novos serviços sem desrespeitar as regras vigentes”, explica Henrique Volpi, fundador e sócio da Kakau Seguros, plataforma digital de seguros, por assinatura, que utiliza Inteligência Artificial em seus processos.

O período de sandbox chegou a ser autorizado a partir de março deste ano, mas a SUSEP postergou a autorização por conta da pandemia do coronavírus, por tempo indeterminado. Em contrapartida, o coronavírus tem sido responsável pela aceleração do processo de transformação tecnológica no setor, tornando cada vez mais possível o avanço dos seguros digitais e, em consequência, abrindo espaço para as insurtechs.

“A palavra de ordem agora é inovar para não perder vendas! Dessa maneira, ganham espaço as plataformas de atendimento, como também cresce a possibilidade de o consumidor pesquisar as mais diversas ofertas e valores, fechando o negócio online mesmo”, comenta Volpi. Além de tornar o ecossistema de seguros mais acessível ao cliente, a oferta digital também promete acelerar três tendências: popularização de tecnologias disruptivas, transformação na maneira de vender e consumir seguros, melhor análise de riscos

Publicidade

“Já é realidade entrar em contato com uma central de atendimento e conversar com naturalidade com um robô dotado de inteligência artificial”, comenta o executivo da Kakau Seguros. Ele acrescenta a Internet das Coisas (IoT), a telemática e a Big Data, no rol de outras tecnologias que estão a ponto de se tornarem populares. Todas essas inovações se encontram no conceito de tecnologias disruptivas.

Como espécie de avant première da nova maneira de comercializar seguros que se anuncia, em agosto de 2019 a Susep aprovou a regulamentação dos seguros intermitentes, o que possibilitou o oferecimento de apólices acionadas de acordo com a conveniência do consumidor. “Isso significa que os seguros podem ser consumidos como um serviço, uma assinatura, por dia, hora, podendo ser pausado quando se desejar”, explica o executivo.

A Kakau Seguros também destaca como um dos principais desafios do setor a busca por estratégias de adaptação às novas demandas dos clientes. “A partir da instalação de aplicativos que avaliam a maneira como uma pessoa dirige, é possível dar descontos para quem oferece riscos menores”, exemplifica.​

Artigos Relacionados