AECOR-RJ debate recadastramento e convenção coletiva

Encontro virtual ocorreu nesta terça-feira, 21 de julho

A Associação Estadual dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (AECOR-RJ) promoveu, nesta terça-feira, 21, um bate-papo virtual sobre dois temas de grande interesse para toda a categoria: o recadastramento e a convenção coletiva que deveria ter sido celebrada desde janeiro pelo Sincor-RJ e Sindicato dos Securitários.

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Participaram os diretores da entidade, Jayme Torres, Amilcar Vianna, Roberto Cabral e Pedro de Lucca, o diretor do Clube dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (CCS-RJ), Luiz Mario Rutowitsch, e o professor Wagner Attina, diretor da INDORH, que apoiou a realização da live.

Na abertura, Jayme Torres alertou sobre as possíveis consequências da não celebração da convenção coletiva de trabalho referente a 2020. “Em vários estados, o reajuste dos salários dos securitários ficou em 4,48%. Caso seja adotado no Rio ainda no mês de julho, com os retroativos a janeiro (data base dos securitários) somados aos encargos, o custo será de 62,72% sobre a folha de pagamento. Se deixarmos para agosto, a despesa adicional só com a folha de pagamentos passará de 70%”, advertiu.

Preservar Empregos

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Ele criticou o fato de o Sincor-RJ ter acabado com a Comissão que, por alguns anos, negociava essa convenção com o Sindicato dos Securitários. Posicionou-se contra, também, à suspensão, até o final do ano, da realização das assembleias, que têm o poder de ratificar o acordo. Para ele, bastaria convocar uma assembleia online, como várias entidades já fazem.

Como possível solução, Torres sugeriu um pleito ao Sindicato dos Securitários, para que não haja reajuste salarial da categoria em 2020. “O mais importante, no momento, é preservar empregos”, argumentou, acrescentando que o faturamento dos corretores vem caindo por conta do aumento da inadimplência e da redução do prêmio em carteiras como a de automóveis.

“É melhor se manter em atividade com salário um pouco menor, para ajustar quando a pandemia acabar e a normalidade voltar”, observou Amilcar Vianna, concordando que a “inoperância” do Sincor-RJ pode gerar prejuízos para os corretores e seus funcionários.

Vianna lembrou que a convenção dos securitários tem sido “quase uma cópia” da categoria dos bancários, embora seja impossível comparar bancos e corretoras de seguros. “É preciso conduzir essa negociação de maneira mais eficiente: o Sincor-RJ não pode conceder tudo o que é pedido. A realidade é outra”, enfatizou.

Essa preocupação também foi manifestada por Rutowitsch. O diretor do CCS-RJ pontuou que é preciso considerar ainda outros reajustes, como de vales refeição e alimentação. “Mesmo quem dispensou funcionários terá problemas. Fui da Comissão de negociação e sei que há uma história de horror. Reivindicam a participação nos lucros das corretoras de seguros há quatro anos. Estamos buscando uma relação profissional que mantenha a saúde financeira”, comentou.

Roberto Cabral e Pedro de Lucca também demonstraram apreensão com o aumento dos custos em um momento de crise. Para eles, faltou sensibilidade ao Sincor-RJ para entender os problemas gerados. Outro ponto comentado por Cabral foi o acúmulo de gastos entre julho e setembro, em razão da prorrogação do pagamento do Simples. “Serão dois boletos para pagar agora, de meses anteriores. Façam reservas econômicas para garantir esses pagamentos”, alertou.

Recadastramento

Sobre o recadastramento da categoria, cujo prazo final estabelecido pela Susep vai até 31 de julho, Cabral revelou que dez seguradoras já estão sendo informadas diretamente pela superintendência sobre o novo número do cadastro do corretor de seguros: Axa, Bradesco, Chubb, Itaú, Azul, Porto Seguro, Sompo, SulAmérica Auto, Unimed e Tokio Marine.

Ele recomendou que, no caso das corretoras de seguros, o sócio ative a certidão mesmo se houver algum pequeno erro no nome da empresa, deixando para corrigir posteriormente. “Temos apenas nove dias para o fim do recadastramento. É melhor evitar problemas agora”, justificou.

Já Torres alertou que o corretor não precisa pagar nada para obter informações sobre o recadastramento. “Teve corretor que se viu obrigado a pagar a contribuição sindical ao ligar para o sindicato e pedir informações. Isso não é necessário”, assegurou. E sugeriu que o corretor utilize o aplicativo do celular para realizar o cadastro da pessoa física e o desktop para o da pessoa jurídica, já que foram muitos problemas para fazer o cadastro da PF no PC. O diretor lamentou ainda que a Susep não tenha ninguém para ajudar o corretor, como foi feito, por exemplo, no processo de recadastramento conduzido pelo Ibracor.​

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