Altevir Prado promove reflexão em live do ISB Brasil

Presidente do SindSeg PR/MS entende que “ficar em casa” está ajudando a humanidade a recuperar a própria essência

“Em pleno século XXI, foi preciso um vírus para nos trazer de volta para a ‘caverna’, para nos fazer voltar para casa. Mas esse retorno foi compulsório, o que nos fez ficar angustiados, pois já havíamos esquecido da nossa essência”. Foi em tom reflexivo e, em muitos momentos, até emocionante, que o presidente do Sindicato das Seguradoras do Paraná e Mato Grosso do Sul (SindSeg PR/MS) e superintendente da Região Sul da Bradesco Seguros, Altevir Prado, conduziu sua palestra como convidado da Quinta com Benefícios, realizada nesta quinta, 30, numa promoção do ISB Brasil.

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C Josias & Ferrer no JRS

Com o tema De volta para Casa, o palestrante descreveu a trajetória da humanidade vinculada à relação de medo e refúgio do homem diante de cada temor que surgia na História. A descrição de Altevir aponta como marco inicial o homem primitivo e desemboca no homem atual buscando escapar do contágio da pandemia do coronavírus. Durante pouco mais de 60 minutos, mais de 220 pessoas assistiram à palestra, que trouxe, sim, uma lição reanimadora bastante válida para o momento presente.

Segundo lembrou o presidente do SindSeg PR/MS, o homo sapiens quando desceu das árvores não demorou a se dar conta dos riscos que a natureza trazia à sobrevivência. Passando a ter noção da morte, a solução buscada para mitigar esse medo foi se abrigar nas cavernas, o que desencadeou a primeira quebra de paradigma no modelo de relações humanas.

“Antes da caverna, eram “todos por todos”. Com a caverna, o conceito passou a ser “todos por um”, descreveu, ao frisar que a caverna resolveu muitos problemas, principalmente de segurança, além de ser um ambiente favorável para o surgimento do conceito de Família, base para que nos tornássemos, de fato, humanos.

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Porém, a partir do momento em que o homem começou a praticar a agricultura e, depois, o artesanato, embrião da fabricação industrial, as relações humanas em sociedade começaram a ficarem mais tensas. Conforme explicou Altevir, a produção, com o passar dos séculos, cresceu, a ponto de gerar um sentimento de competividade entre os clãs para se apropriar do excedente produzido, competição que levou a humanidade a se afastar das cavernas, depois das aldeias, que passaram a ser um local basicamente dormitório, já em tempos mais atuais.

A essa altura o medo maior não era a falta de segurança, mas o de perder a competição pela posse da produção excedente. Afastando-se da caverna, ou de modernamente de nossas casas, passamos a nos afastar da família. Segundo Prado, o excedente passou a ser sinônimo de poder, de controle. “A humanidade trocou o que somos, pelo que temos”. Assumia como modelo de relacionamento humano “o cada um por si”.

“A felicidade transborda de dentro da caverna. O medo da Covid-19 promoveu, indiretamente, uma reaproximação entre as famílias e está também reduzindo hábitos típicos do trabalho do século XX, como sufocar os fornecedores, maldizer o concorrente, competir com os colegas. O homem está recuperando a sua essência”, descreveu.

Segundo ele, a permanência em nossos lares, provocada pelo distanciamento social, está fazendo o homem tirar um maior proveito da convivência. “Por falta de tempo, terceirizamos a educação dos filhos e o cuidado uns dos outros, principalmente daqueles que nos cuidaram (pais e avós). Perdemos o conceito de família. Perdemos nossa Humanidade”, salienta, para em seguida destacar que toda essa essência humana, calcada no zelo pelos entes queridos, está sendo recuperada.

“É no amor, no cuidado de mãe, na família que está a felicidade. O importante é colecionar momentos e não coisas. São os momentos que serão lembrados pela eternidade. É preciso regressar, voltar pra casa, porque é em casa que está a essência Humana”, anima-se.

Salientando que “o cada um por si está cedendo lugar ao “todos por um” nas relações em sociedade, como reação ao medo da Covid-19, Altevir finalizou a palestra recomendando que todos os espectadores assistissem ao filme ‘Forrest Gump, O Contador de Histórias, de 1994’. “Um dia teremos de sentar em um banco e contar nossa história. Que essa nossa história, então, não seja sobre coisas adquiridas, mas de momentos inesquecíveis. Vamos valorizar mais o que somos e não o que temos”.

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