Mandetta e economista-sênior do Banco Mundial marcam abertura da 50ª Convenção Nacional Unimed

Especialistas identificam oportunidades na Atenção Primária à Saúde durante o encontro virtual

O Sistema Unimed deu início, em 8 de outubro, à 50ª edição da Convenção Nacional Unimed, que reúne boa parte dos representantes de suas 345 cooperativas, além de economistas, empresários, médicos, profissionais da saúde, advogados, entre outras personalidades, para discutir as grandes questões relacionadas aos desafios e oportunidades que se apresentam ao setor de saúde brasileiro. Neste ano, em virtude da pandemia da Covid-19, o evento será 100% online, dividido em quatro encontros semanais ao longo do mês de outubro, cada um abordando um tema diferente.

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O encontro inaugural, que contou com a presença do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e do economista-sênior em saúde do Banco Mundial, André Médici, tratou dos efeitos do novo coronavírus no sistema de saúde e como este se preparará para o futuro pós-pandemia. Na abertura, o presidente da Unimed do Brasil, Orestes Pullin, destacou as rápidas e eficazes respostas do setor de saúde diante do desafio que o vírus apresentou, bem como defendeu a importância de os profissionais deste ecossistema continuarem privilegiando, agora mais do que nunca, o foco no bem- estar dos pacientes e no aprimoramento dos índices de resolutividade dos atendimentos.

“Estamos atravessando um dos períodos mais relevantes para a humanidade, que exige o reposicionamento das relações diárias entre as pessoas e tudo o que foi construído pelos homens ao longo do tempo. Nosso maior desafio está em continuar a ser uma opção de qualidade na atenção à saúde dos brasileiros, em viabilizar excelentes condições de trabalho ao médico. Nossa participação será maior quanto mais eficaz formos na prestação de serviços da saúde”, afirmou o presidente da Unimed do Brasil.

Em sua exposição, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta defendeu a maior integração entre os sistemas de saúde público e privado, de modo a gerar aquilo que considerou o “retorno sobre o investimento” em saúde, que é a transformação dos indicadores sociais do País.

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“O SUS e a saúde suplementar precisam dialogar. Não somos uma bolha e, por isso, precisamos nos entender dentro da comunidade brasileira para um compartilhamento ágil e eficaz de informações que atendam aos melhores interesses da população. Temos que aprender a nova medicina do século XXI. Como, então, não nos focarmos na Atenção Primária à Saúde? A pandemia é a oportunidade de aprendizado para quem quiser aprender. O resultado virá da força conjunta e não da fragmentação”, declarou.

Já André Medici, economista-sênior em saúde do Banco Mundial, apresentou o cenário adverso provocado pela pandemia, marcado pela queda do número de pessoas assistidas pelos planos e seguros de saúde e a pressão da demanda sanitária atípica sobre a economia mundial. No entanto, destacou grandes temas que permearão o debate no período pós-pandemia: customização das modalidades de planos de saúde; a discussão de novos modelos de remuneração; a integração e definição de protocolos comuns entre o SUS e a saúde suplementar; e o maior uso da tecnologia da informação, de modo a suportar a geração de bases de dados e orientar tomadas de decisões que promovam maiores benefícios aos pacientes e redução de desperdícios, serão.

“Alguns países enfrentaram quedas do PIB de até 20% devido à pandemia e, se não tivessem implementado conceitos de Atenção Primária à Saúde, esta retração poderia ter sido ainda maior. Portanto, economia e saúde estarão intimamente atreladas daqui para a frente. O SUS e a saúde privada precisam encontrar formas para viabilizar o acesso a recursos que garantam melhor qualidade de vida à população para, assim, seguirem cumprindo com sua função social”, afirmou o economista.

A 50ª Convenção Nacional Unimed prosseguirá no próximo dia 15 de outubro, com o debate sobre os impactos da tecnologia da informação e da telemedicina na assistência médica. No dia 22, serão discutidas as perspectivas do mercado para os próximos meses, enquanto que, no dia 30, serão abordados os reflexos e os novos paradigmas que a pandemia trouxe para as cooperativas e seus cooperados.

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