Crise econômica adiada para 2021

Euler Hermes apresenta análise sobre índice proprietário de Insolvência e panorama nacional do risco de crédito

Durante webinar realizado na última semana, a seguradora de crédito Euler Hermes apresentou uma análise do comportamento do seu índice global de insolvência e compartilhou sua visão sobre o panorama risco de crédito no Brasil.

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Apesar da expectativa de aumento, o índice global registrou um declínio de -7% a/a no primeiro semestre de 2020. Segundo a seguradora, essa tendência continuará na maioria dos países, apesar do prolongamento da crise sanitária. Este aparente paradoxo vêm ocorrendo devido as políticas adotadas pelos governos – destinadas a evitar colapsos financeiros – e as mudanças nas estruturas de declaração de insolvência – que buscam dar tempo e flexibilidade às empresas antes de se declararem insolventes.

“Em meio à retirada gradual dessas medidas, esperamos uma reversão de tendência no quarto tri de 2020. Prevemos que todas as regiões do globo apresentarão um aumento de dois dígitos no índice até 2021”, afirmou Maxime Lemerle, especialista de insolvência do Grupo Euler Hermes.

Em função da exposição desigual ao impacto da crise e aos pacotes de estímulo dos governos, haverá uma trajetória diferente na recuperação de cada setor. Transporte, entretenimento, têxtil e turismo, estão expostos a um caminho mais longo e difícil, com previsão de retomada dos níveis pré-crise somente em 2023. Enquanto alimentos, farmacêuticos e TI, estão relativamente isolados e devem continuar apresentando resiliência.

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A China deve continuar liderando a recuperação econômica, enquanto os EUA devem atingir os níveis de PIB pré-crise apenas no final de 2021 e Europa em 2022 (Alemanha e Holanda se recuperam mais rápido do que Espanha, Itália e Reino Unido).

Panorama brasileiro de risco de crédito

Após análise dos números de recuperações judicias (RJs) e falências no Brasil, o diretor de risco da Euler Hermes Brasil, Felipe Tanus, apresentou os principais fatores que contribuíram positivamente para a queda nos índices (-22% RJs e -29% a/a falências decretadas), porém alertou que o primeiro trimestre de 2021 irá exigir cautela.

Segundo o diretor, o auxílio emergencial foi o propulsor da recuperação econômica no terceiro tri, além de outras medidas adotadas pelo governo como: redução de salários, suspensão do contrato de trabalho e prorrogação de pagamento de impostos. A injeção de liquidez no mercado para empréstimos também contribuiu para a queda nos números.

Por outro lado, Tanus acredita que a elevação da taxa de desemprego pode suprimir a renda e o poder de consumo da população, assim como o fim do auxílio emergencial, provocando um choque de oferta x demanda no primeiro tri de 2021.

“As pressões sobre a liquidez das empresas e recuperação econômica tardia, podem aumentar o número de insolvências no Brasil. Portanto a inadimplência futura dependerá do apoio contínuo da política econômica e do ritmo de recuperação”, afirma o diretor.

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