46% dos inscritos no Programa Motofretista Seguro tem renda familiar inferior a dois salários mínimos

Iniciativa beneficia profissionais que precisam regularizar documentação do veículo para exercer atividades

Dos 1650 condutores cadastrados até o momento no Programa Motofretista Seguro, 46% possuem renda familiar inferior a dois salários mínimos (entre R$ 600 e R$ 2000). É o que mostra o levantamento realizado pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo, (Detran-SP), responsável pela ação.

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O Programa Motofretista Seguro oferece justamente uma linha de crédito especial junto ao Banco do Povo Paulista (BPP) e o Sebrae para aquisição de motos (R$ 8,1 mil) e equipamentos (R$ 3 mil), além de condições diferenciadas de financiamentos com empresas parceiras da iniciativa. O benefício é voltado para condutores que já estão com a CNH regularizada, têm no mínimo 21 anos e exercem profissão remunerada.

A ação conta com recursos públicos oriundos da arrecadação de multas e terá o apoio de parceiros, como SindimotoSP e Sindicato das Autoescolas (CFC). Para dar andamento à solicitação, basta preencher o cadastro neste endereço e seguir as orientações.

Ainda de acordo com a amostra, 67% dos inscritos têm entre 25 e 40 anos de idade e 62% concluíram o Ensino Médio. O levantamento indica também que 48% deles são parceiros de aplicativos de entregas e a grande maioria (93%), encontra-se com a CNH regular. Por outro lado, a pesquisa mostra que 76,96% dos inscritos não estavam com a documentação da motocicleta regularizada.

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Os motociclistas participantes são moradores da Capital, Região Metropolitana de São Paulo e Interior. Os percentuais evidenciam o perfil dos trabalhadores afetados pela pandemia, que encontraram na informalidade uma saída para o desemprego. Foi exatamente pensando nessas pessoas que o Programa Motofretista Seguro foi criado.

Os condutores que realizaram cursos de formação há mais de cinco anos poderão contar ainda com a reciclagem da formação.

Morador do bairro Paraisópolis, Tiago Muniz, 39 anos, que durante a pandemia começou a trabalhar em parceria com diversos aplicativos de entrega com um automóvel alugado, vê no programa a oportunidade para conseguir mais oportunidades de trabalho, já que possui CNH de categoria A e B. “Trabalhar com um carro é muito caro. Como cidadão, ter a oportunidade de participar do programa é muito interessante porque conseguirei ganhar mais e terei novas oportunidades de emprego”, conta.

Rosana Soares Néspoli, Gerente da Escola Paulista de Trânsito, do Detran-SP, explica que, além de investir na construção de uma rede de proteção para a categoria, possibilitar o crédito, facilitar o financiamento e realizar a formação dos motofretistas, a iniciativa também os tornam mais conscientes.

“Durante o curso, conseguiremos levar conhecimento aos condutores, construindo competências necessárias para prevenir riscos e identificar aspectos de segurança no trânsito. Além, é claro, de promover a regularização de documentos e subsídios especiais para aqueles que precisam renovar seu veículo ou adquirir novos equipamentos de segurança, o que é primordial para quem utiliza a motocicleta como meio de trabalho”, afirma a gerente.

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