Como ingressar no mercado de seguros?

Especialistas dão dicas para quem quer ingressar no ecossistema segurador

O JRS nasceu com o intuito de conectar o ecossistema de seguros. Por isso, sempre levamos todos os recados de nossos leitores em consideração na hora de produzirmos nossas entrevistas, reportagens e demais conteúdos. Uma leitora, através da nossa página no Facebook, enviou o seguinte questionamento: “Não tenho experiência, mas gostaria de saber como posso entrar nesse mundo dos seguros como autônoma?”.

Publicidade
Icatu Seguros no JRS

Para cumprir o desafio de responder essa pergunta, convocamos três especialistas na área para demonstrarem suas visões e conselhos para quem deseja ingressar em uma carreira em seguradoras, corretoras de seguros ou demais empresas do universo segurador.

Segundo Bruna Garcia, fundadora da Megaluzz, empresa especialista em consultoria de RH e desenvolvimento, “a ação de empreender, assim como em qualquer negócio, exige planejamento financeiro, dedicação e persistência para que se alcance resultados”. “O primeiro passo seria construir e definir seu plano de negócios e analisar se está disposta a driblar as dificuldades e aplicar seus esforços em prol de tirar todas as ideias do papel”, explica.

Bruna Garcia é fundadora da Megaluzz, empresa especialista em consultoria e desenvolvimento / Divulgação
Bruna Garcia é fundadora da Megaluzz, empresa especialista em consultoria e desenvolvimento / Divulgação

Bruna ainda lembra que para exercer a profissão de corretor de seguros, a Escola de Negócios e Seguros (ENS) é a entidade responsável por formar e habilitar os profissionais para começarem sua carreira autônoma. “Neste início, o mais importante é ter uma boa estratégia para prospecção e fidelização de clientes, pois a formação da carteira é um dos aspectos fundamentais para o sucesso do seu negócio. Caso não tenha segurança para empreender sozinha, você também pode buscar parcerias com franquias de seguros, assessorias e plataformas que te darão um respaldo técnico até desenvolver as habilidades e musculatura necessária para atuar de forma independente”, completa.

Publicidade

O corretor Bernard Biolchini, fundador e CEO do Grupo Pentagonal Seguros, enfatiza que o primeiro passo para atuar no segmento é ter “noção da função social do seguro perante a sociedade”. “O seguro ajuda as pessoas a manterem e protegerem seus patrimônios. Outra dica é gostar de venda consultiva, estudar muito, entender sobre o produto que está vendendo ou comercializando e vender de maneira consultiva – sem pensar no dinheiro em si. Se a pessoa tem esse tipo de cabeça este é um mercado apaixonante. Dou muita força para quem quiser entrar nesse mercado. Existe espaço para todos e o Brasil é carente de corretores de seguros”, acrescenta.

Bernard Biolchini é fundador e CEO do Grupo Pentagonal Seguros / Foto: William Anthony/JRS
Bernard Biolchini é fundador e CEO do Grupo Pentagonal Seguros / Foto: William Anthony/JRS/Arquivo

Em contrapartida, o fundador da Kuantta Consultoria e diretor de Ensino do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (Sincor-RJ), Arley Boullosa, acredita que um outro caminho é formar uma parceria com uma corretora de seguros para atuar como “colaboradora”. “Apesar de ser uma função ‘não regulamentada’, muitos corretores possuem – na prática – alguns profissionais que ingressam no mercado de seguros para iniciar uma nova carreira e não desejam ser funcionários CLT. Preferem atuar de forma independente e serem remunerados em função das oportunidades que trazem e transformam em negócios”, revela.

Arley Boullosa é Diretor da Kuantta Consultoria / Foto: William Anthony/JRS/Arquivo
Arley Boullosa é Diretor da Kuantta Consultoria / Foto: William Anthony/JRS/Arquivo

Boullosa demonstra que a situação é corriqueira com ex-gerentes de instituições bancárias que querem aproveitar o relacionamento e confiança com clientes que tinham na atividade anterior. “Trata-se de tema polêmico. O corretor da ‘velha escola’ acredita que isso não está previsto em nossa atividade no formato que acabei de explicar, mas o mundo mudou e muitos corretores estão reinventando seus negócios e experimentando novas possibilidades”, analisa.

Entretanto, a Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) orienta que a contratação de apólices de seguros no Brasil deve sempre ser realizada por corretores de seguros devidamente registrados na Superintendência de Seguros Privados (Susep). No site da autarquia é possível consultar qual profissional é ou não é habilitado para exercer a atividade.

Só é possível conquistar a habilitação, como citado anteriormente, através dos cursos e exames da ENS. “Os cursos têm o objetivo de fomentar, aprimorar e ampliar a formação do aluno com conhecimentos teóricos e práticos nas diferentes áreas do Seguro. Os cursos presenciais são oferecidos em diversas localidades do Brasil e também na modalidade à distância”, destaca o portal da instituição de ensino. Os módulos abrangem desde a formação mais básica, que inicia com a Teoria Geral do Seguros, até formações mais técnicas – como as que autorizam operações nos ramos de Seguro de Responsabilidade Civil, Transportes e outros.

De fato, o setor de seguros é um dos mais promissores e com excelentes projeções futuras. Em 2020, mesmo com a pandemia de coronavírus, o mercado segurador cresceu 0,6% em relação a 2019. A participação do Seguro no PIB deve consolidar-se em 3,7%, ante os 3,5% registrados no ano anterior. Apenas no último mês de dezembro, o setor cresceu 15,1%, de acordo com dados da Susep.

Você tem uma dúvida sobre seguros? Envie para redacao@jrscomunicacao.com.br ou em nossas redes sociais. Teremos muito prazer em consultar especialistas da área para responder seus questionamentos!

Artigos Relacionados