Cresce 300% procura para seguro voltado à empresas listadas na bolsa, aponta Zurich

Para seguradora, janela para esse tipo de seguro continua aberta em 2021

Apesar de todo o desafio imposto em 2020 por conta da crise sanitária do novo coronavírus, o mercado de ações ajudou a impulsionar o seguro POSI (sigla de Public Offering Securities Insurance). A Zurich, que é uma das maiores empresas do setor, viu crescer 300% a procura pelo produto em comparação ao ano anterior. Já as conversões subiram para 22% no mesmo período.

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Fernando Saccon é Superintendente de Linhas Financeiras e Seguro Garantia da Zurich no Brasil / Divulgação
Fernando Saccon é Superintendente de Linhas Financeiras e Seguro Garantia da Zurich no Brasil / Divulgação

O Superintendente de Linhas Financeiras e Seguro Garantia da Zurich no Brasil, Fernando Saccon, conta que é diversificado o perfil das empresas que têm procurado a Zurich. No ano passado, especificamente, o executivo percebeu maior incidência nas que atuam com varejo, construção e tecnologia.

Fernando observa, porém, que o crescimento na demanda do POSI não está apenas atrelado ao aumento de ofertas de ações, mas muito mais na busca das companhias emissoras das ofertas em ter cobertura securitária, identificando valor no produto oferecido ao mercado.

O Superintendente também chama a atenção para o fato de que a janela para o POSI se abriu em meados de 2019, atravessou 2020, com maior impulso no segundo semestre, e se mantém aberta neste ano. “A expectativa continua alta em relação às novas ofertas em 2021, considerando a manutenção da baixa taxa de juros e a contínua necessidade de as empresas buscarem captações e os investidores querendo diversificar seus investimentos em busca de um melhor retorno”, diz.

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Especialistas apontam que há uma expectativa de mercado em torno da realização de cerca 100 ofertas ao longo deste ano, entre ofertas públicas iniciais (IPOs) e subsequentes (follow-on), podendo, ao final, movimentar cerca de R$ 150 bilhões – mais que o dobro dos R$ 73 bilhões de 2020, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em 2019, foram R$ 35 bilhões também de acordo da CVM.

Como funciona o POSI

Derivado do D&O, modalidade de seguro que as companhias contratam para proteger seus executivos, o POSI existe para protegê-las, bem como seus executivos, contra reclamações relacionadas às ofertas públicas de valores mobiliários, em situações como nos danos causados a investidores em razão da falha delas ao omitir ou faltar com a verdade na elaboração do prospecto da oferta. O documento é direcionado ao mercado após validação da CVM, a fim de atrair investidores.

Com a combinação causada por dois fatores – o aquecimento do mercado de capitais e a queda da taxa básica de juros – ocorre a busca dos investidores por ativos de maior risco e retorno, favorecendo opções por renda variável. “Nesse cenário, é fundamental que as companhias demonstrem boa qualidade de seus ativos e uma estratégia clara e consistente do negócio, sendo transparente quando da elaboração dos prospectos de sua oferta, a fim de atrair bons investidores”, explica Fernando Saccon.  “Como forma de mitigar eventuais reclamações e perdas financeiras após a emissão das ações, as corporações buscam o seguro POSI – que, em geral, pode ter cobertura por até 5 anos e que não é um seguro renovável, já que é feito uma única vez visto ser estritamente ligado à Oferta que está sendo feita. Já a importância segurada representa entre 10% e 20% do valor da captação”, completa.

O Superintendente de Linhas Financeiras e Seguro Garantia da Zurich no Brasil, Fernando Saccon, acredita que “a qualidade dos ativos da empresa, governança corporativa robusta, gestão qualificada, estratégia de negócio consistente e prospecto da oferta bem elaborado, além das condições de mercado favoráveis ao negócio, são fatores de risco que certamente influenciarão na avaliação do risco para recebimento de uma proposta deste seguro”.

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