Número de mortes por covid-19 sobe 85% em Campinas (SP)

Município também apresenta aumento de novos casos e internações durante a 23ª Semana Epidemiológica; Taxa de ocupação em UTI é crítica

O município de Campinas, que notificou 100 falecimentos entre os dias 6 e 12 de junho – período correspondente à 23ª Semana Epidemiológica –, apresentou aumento de 85,19% nos óbitos por covid-19 em relação à semana anterior. O número equivale a quase um terço do total de mortes contabilizadas no Departamento Regional de Saúde de Campinas (DRS-Campinas), integrado por outras 41 cidades. Com o resultado, Campinas segue com o terceiro pior índice de mortalidade da região, atrás de Jundiaí e Santa Bárbara D’Oeste. São 296 mortes por 100 mil habitantes.

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O crescimento das mortes ocorre paralelamente ao aumento de casos (+6,9%) e internações na 23ª Semana Epidemiológica. Mais de 400 pacientes estão internados em leitos de UTI na cidade, número que não era superado desde abril, mês que marcou o início da fase transitória do Plano São Paulo, autorizando a flexibilização de atividades em bares, restaurantes, academias e outros estabelecimentos comerciais. Desde então, segundo as análises do Observatório PUC-Campinas, as internações vêm subindo exponencialmente em todo o DRS-Campinas.

“As outras vezes em que esse patamar foi alcançado aconteceram justamente no pior momento da pandemia até aqui, nas semanas 12 e 13, em março de 2021. Lamentavelmente, mesmo com as evidências apresentadas desde a semana 18, quando houve mudanças claras nos indicadores, não houve adoção de medidas mais restritivas por parte do Estado e dos municípios da região”, afirma o Dr. André Giglio Bueno, infectologista do Hospital PUC-Campinas.

O médico lembra que, mesmo com as ações bem-sucedidas de vacinação nos chamados ‘Dia D’, apenas cerca de 14% da população de Campinas está imunizada com a segunda dose, número insuficiente para alcançar uma imunidade coletiva. “Sendo assim, é esperado que haja a adoção de ações mais rígidas e efetivas para controle da transmissão, além de uma adesão mais intensa das pessoas às medidas de proteção”, acrescenta o professor de Medicina da PUC-Campinas.

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Do ponto de vista econômico, o baixo percentual de imunizados também preocupa. Segundo o economista Paulo Oliveira, que coordena as análises relativas ao coronavírus pelo Observatório PUC-Campinas, as expectativas de retomada estão ancoradas no avanço e eficácia da vacinação. Outro fator preocupante é a nova aceleração da pandemia na região, que pode interromper os sinais de recuperação observados no primeiro quadrimestre.

“A alta taxa de desemprego, combinada com o recrudescimento dos casos e mortes, preocupa pela provável necessidade da implementação de novas medidas de distanciamento social. Essa situação pode reverter a relativa positividade dos indicadores regionais vista até abril”, destaca o professor extensionista, lembrando da retomada da geração de empregos e do aumento das exportações no período.

“Seguimos afirmando que, sem medidas realmente efetivas de proteção da renda e do emprego, e sem a aceleração na taxa de vacinação, a retomada da atividade na região será lenta”, avalia Oliveira.

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