Vocação comercial e trabalho em equipe norteiam carreira de Danielle Saad

Confira entrevista exclusiva com a Superintendente Comercial da Sucursal de Curitiba da Bradesco Seguros

Em julho ela está completando quatro anos e meio de morada na capital de seu Estado natal. Já conseguiu, assim, matar as saudades do Paraná, com o plus de estar vivenciando uma fase de evolução profissional e de, palavras dela, conquistas diárias. Ao JRS, a Superintendente Comercial da Sucursal Curitiba da Bradesco Seguros conta que o convite da liderança da companhia para assumir a posição na capital paranaense, ocorrido em 2017, foi um verdadeiro presente, uma oportunidade que rende dividendos profissionais e motivacionais até hoje.

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Empolgada por estar na linha de frente da seguradora e ainda por cima entre os conterrâneos, Danielle Saad Ribeiro, 40 anos, contudo, não deixa de mencionar a satisfação que teve em conhecer pessoas e ambientes nas outras localidades em que trabalhou, em 15 anos de Bradesco Seguros. “Sou grata pela oportunidade de ter conhecido o mercado de São Paulo, em uma das cidades mais industrializadas do interior, conhecer a cultura do Rio Grande do Sul e atuar junto ao povo gaúcho e hoje estar em Curitiba, trabalhando junto a um dos públicos mais exigentes do país, pela forte cultura europeia que a região possui”, enfatiza a executiva, nascida e criada em Ponta Grossa, quarto município mais populoso do Paraná, no qual ela também começou a carreira, atuando como supervisora de seguros no segmento de agências.

Danielle também guarda memórias marcantes do seu segundo destino profissional, a cidade de Americana, em São Paulo, onde nasceu a filha Valentina e onde a executiva participou da implantação piloto do Projeto Sinergia, que unificou a área comercial da Bradesco Seguros, tornando a equipe daquela região identificada na categoria de profissionais multirramo. “Quando Valentina tinha 1 ano de idade, fui promovida para Novo Hamburgo, região metropolitana de Porto Alegre, e me encantei com a cultura local e a pujança dos negócios. Recordando Novo Hamburgo, posso dizer que foram três anos de pleno desenvolvimento da cultura multirramo junto aos corretores. As conquistas foram inesquecíveis”, salienta, ao fechar a linha do tempo de posições que ocupou no Grupo Bradesco, antes de chegar à função atual. Saiba mais detalhes, nas próximas linhas, produto de entrevista exclusiva aos veículos do JRS:

JRS: De que maneira esses 15 anos de Bradesco Seguros contribuíram para a trajetória de Danielle Saad?

Danielle Saad: Considero que ter experiência não é algo mensurável pelo tempo de estrada que você tem. Nem a idade faz você ser experiente. Ter experiência consiste em tentar fazer de forma diferente inúmeras vezes a mesma coisa, a exemplo de Thomas Edison, que tentou de mil modos diferentes inventar a lâmpada.

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A combinação de regiões por onde passei, áreas em que atuei, equipes que conduzi em diferentes cenários e condições de mercado, me trouxe experiência e contribuiu para o meu desenvolvimento. É algo além de você ser uma pessoa motivada. Isolada, a motivação não leva à entrega de resultados. Ela precisa estar atrelada a um planejamento construído em equipe, adaptado a cada realidade. Isso é um processo, é tempo, não tem receita. É preparação e experiência.

JRS: O que de mais importante você destaca no trabalho em equipe?

D.S.: A maturidade nos mostra que não há outro caminho para que as entregas aconteçam de forma saudável que não seja o trabalho em equipe. Quando se tem um planejamento para dar a direção de como realizar as suas entregas, precisamos que a equipe esteja envolvida na construção, para que o compromisso exista na execução.

O trabalho em equipe faz com que o empreendedorismo que existe em cada um enriqueça o grupo e nos conduza a soluções novas para os problemas, novos ou antigos, e acelere as entregas, tornando os desafios muito mais leves para todos.
Hoje faço parte do time de Superintendentes do Sul, e nosso líder sempre nos transmite a mensagem abaixo, que, na minha posição de gestora de Sucursal, sempre levo ao meu time. Assim, seguimos todos na mesma direção.

“Quando um time ganha, o passe de todos os jogadores é valorizado”.

JRS: Como se tornar um excelente líder?

D.S.: Um líder precisa ser capaz de atuar em três frentes: inspirar pessoas, mobilizar pessoas e compartilhar as responsabilidades. Para que isso seja possível, a preparação precisa ser constante. Muito além de ser um profissional motivado, entusiasmado, é necessário ao líder um desenvolvimento intelectual, estar se atualizando sempre, ter noções básicas de economia, técnicas de vendas e cultura em geral. Inclusive a psicologia é importante na liderança, pois ajuda o líder ter a empatia necessária junto ao liderado na solução de problemas, tendo a visão a partir da visão do liderado.

É preciso ter motivação para inspirar as pessoas, mas também preparação, afinal “não é o mais motivado que vence e sim o mais preparado”, mas ao mesmo tempo não pode faltar motivação. Somos um time de vendas, que precisa trabalhar em equipe, precisa de energia positiva. Um líder precisa dar o exemplo. Reuniões, feedbacks, tudo isso é importante. Mas tudo se torna definitivamente eficiente, quando está aliado ao exemplo, pois as palavras convencem, mas o exemplo arrasta.

Dessa forma, é possível ter uma equipe preparada e motivada. O líder precisa estar ciente da responsabilidade que lhe cabe naquele tempo e espaço. Enquanto gestor lhe cabe o exemplo e a direção. O desafio é árduo diante das atribuições diárias, mas primordial para o crescimento do líder e da sua equipe.

JRS: Na tua visão, quais os seguros que estão em evidência atualmente?

D.S.: A questão cultural ainda é um dos nossos grandes desafios, por não existir uma preocupação da grande parte da população em se precaver e também por sermos um país castigado por diferenças significativas na distribuição de renda.

Atualmente, porém, a pandemia trouxe um cenário com as pessoas mais preocupadas em ter algum tipo de proteção. Mesmo assim, somos 182 milhões de pessoas sem seguro odontológico, 125 milhões sem seguro de vida, 58 milhões de residências sem seguro, 38 milhões de veículos sem seguro, 152 milhões de pessoas sem plano de saúde e 3 milhões de empresas sem seguro empresarial.

Entendo que o mercado continuará crescendo acima da taxa da economia brasileira, a exemplo dos primeiros meses de 2021, quando tivemos um crescimento de 4% em relação ao mesmo período em 2020, com destaque de 11% no seguro de vida. As seguradoras vão continuar evoluindo tecnologicamente. Vão surgir cada vez mais produtos flexíveis e acessíveis.

Toda vez que o mercado de seguros cresce é sinal de que as pessoas estão consumindo mais proteção, e a característica social do setor se fortalece. Em 2020, o setor devolveu à sociedade 296 bilhões em indenizações. É um valor bem significativo, que poderia ser muito maior, tendo em vista a nossa pequena participação.

De maneira geral o mercado de seguros olha o ambiente com preocupação em relação a gestão de riscos, ajustes das despesas. Aceleradas pela pandemia, novas demandas têm ocupado um espaço importante, com novas necessidades de produtos que sejam de fácil contratação e custo acessível. Nichos importantes vêm aproveitando o momento, caso do seguro agrícola, prestamista, vida e saúde.

A meu ver, o mercado segurador, em todas as suas esferas, precisa se comunicar melhor com a sociedade, trazendo esclarecimento de como nosso segmento é acessível, contribuindo no despertar da população para o consumo.

JRS: Quais as diferenças entre os mercados da Região Sul?

D.S.: A Região Sul, com apenas três estados, representa aproximadamente 20% do mercado segurador nacional, ficando apenas atrás do Sudoeste em arrecadação de prêmios. Esses dados já nos dizem que, independente da região ou estado, somos privilegiados. A economia dos três estados é distribuída nos setores de agropecuária, extrativismo, indústria, comércio e serviço, variando de acordo com a região em que você atua.

No Paraná, encontro-me na região de Curitiba, que concentra importantes indústrias automotivas na região metropolitana, pilares da indústria automotiva nacional. A economia é baseada na indústria/comércio e serviços, o que nos traz grandes oportunidades em inúmeras carteiras de seguros.

O campo também nos traz vasta oportunidade no seguro agrícola e RD equipamentos. A alta tecnologia empregada no setor torna o estado destaque na produção de arroz, batata, trigo, milho e soja.

O Vale dos Sinos, região em que atuei no Rio Grande do Sul, tem sua economia pautada na indústria, comércio, serviços e agricultura. A região também é movimentada pelo turismo e pela proximidade com a Capital. E recebe constantemente investimento em diversos setores, que tornam a região pujante.

As duas regiões têm a maior riqueza em comum, um mercado de seguros comprometido, com corretores altamente competentes e antenados no desenvolvimento e necessidade dos seus clientes, tonando possível para as seguradoras a distribuição dos nossos produtos com responsabilidade.

JRS: Quais os resultados alcançados pela Sucursal da Bradesco de Curitiba desde que você assumiu a gerência?

D.S.: Assumi a Sucursal Curitiba em janeiro de 2017, e meu maior desafio foi reestruturar o time e aquecer a proximidade com o mercado. Desde então, de forma geral temos crescimento em todos os ramos de seguros ano a ano. Mas nosso maior ganho é o reposicionamento da seguradora diante do grande desafio de atender os aproximadamente 400 corretores (com atendimento direto) no modelo Multirramo implementado pela companhia.

Hoje estamos bem posicionados e trabalhamos dia após dia com o objetivo de viabilizarmos ao corretor o entendimento dos nossos produtos e processos e funcionarmos como apoio e consultoria comercial para concretização de negócios.

JRS: Para você, como as companhias classificam o papel do corretor de seguros?

D.S.: Os novos hábitos dos consumidores, em decorrência da pandemia, a aceleração digital e a evolução natural das gerações requerem do corretor de seguros uma preparação para este mundo que se tornou híbrido. A meu ver, o corretor de seguros seguirá evoluindo, com o olhar para o cliente como um todo, estudando o cliente para entender suas necessidades, solução unificada, facilidade. O cliente espera ter um consultor para seus assuntos de proteção. A geração de valor vai muito além do preço e define muito mais a fidelidade de um cliente.

A pandemia está deixando um resultado especial para os seguros de vida e residencial. As pessoas nunca ficaram tanto tempo em casa para vivenciar a relação custo x benefícios de um seguro residencial. Também nunca tivemos tanto medo de morrer ou perder alguém próximo.

Os corretores são mediadores, consultores, têm uma missão importantíssima que admiro muito: proteger a sociedade e mudar a realidade de muitas famílias. A Bradesco Seguros está em constate evolução, para entregar produtos mais flexíveis e adaptáveis aos clientes e processos mais fluidos ao corretor. É extremamente importante que os corretores caminhem conosco nesta trajetória.

JRS: Como a Danielle Saad pessoa contribui para a profissional todos os dias?

D.S.: O ano de 2020 com certeza deixará uma marca duradoura na forma e na sensação do trabalho. A possibilidade do trabalho flexível tornou muito mais relevante a importância de habilidades múltiplas, organização e disciplina.

O fato de estar em casa me adaptando às aulas online, e com uma criança pedido minha presença e atendimento das suas necessidades, fez com que eu aprimorasse minha empatia com a equipe. Pude usar das minhas adaptações e dificuldades, para entender melhor meu time.

O que pretendo para a vida está conectado com o que atuo hoje profissionalmente. Tenho plena consciência da exigência da minha carreira e o que tenho que abdicar, mas a vida é feita de escolhas. O que vivo hoje é reflexo do que escolhi lá traz. Estamos plenamente felizes, com sentimento de muito por fazer no futuro junto à Bradesco Seguros.

JRS: Qual característica você considera que é seu ponto forte?

D.S.: Vocação Comercial, o que me faz amar o que eu faço, e estar em busca de preparação constante, para ser uma líder formadora de pessoas, movida pelo desejo de ser melhor a cada dia. Saber trabalhar com pessoas e enfrentar os desafios crescentes.

JRS: O que você faz nas horas vagas?

D.S.: Recentemente, retomei algo muito valoroso na minha vida, o piano. Minha mãe é pianista, toquei por muitos anos e estava parada havia mais de 15 anos. Retomei as aulas junto com minha filha Valentina e temos vivido momentos lindos. Além do piano gosto de ler, curtir minha casa com a minha família, cozinharmos juntos e fazer passeios nos quais possamos estar em contato com a natureza.

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