Milho safrinha: intempéries devem gerar prejuízos para produtores sem seguros

Forte seca em algumas regiões do País prejudica colheita e pode causar endividamento do agricultor

Junho é mês de colheita do milho safrinha. Porém, em 2021, ela deve vir com prejuízos para os produtores das regiões Centro-Sul e Norte. Inerente à perenidade na agricultura, o seguro é essencial no campo e precisa ser contratado no momento certo, caso contrário, intempéries podem causar perda de produção, que acaba desencadeando inadimplência dos produtores junto às instituições financiadoras da atividade agrícola, como o Sistema de Crédito Cooperativo (Sicredi) e o Banco do Brasil.

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Os meses de abril e maio foram marcados por forte estiagem nas regiões de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Paraná. De acordo com o Boletim de Monitoramento dos Cultivos de Verão, um estudo agrometeorológico e espectral realizado mensalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Índice de Vegetação na maioria dos estados produtores brasileiros apresenta-se abaixo da média em relação à safra anterior. A exceção ocorre norte de Mato Grosso, principal região produtora do país, este índice está acima da média e próximo da safra anterior.

“Acreditamos que haverá uma queda na produção do milho de segunda safra entre 30 a 50%. A pior situação é em Mato Grosso do Sul, onde 75% das lavouras está em fase reprodutiva e, com a escassez de chuvas apresentadas os últimos 60 dias, as perdas podem ser intensas, pois pode haver uma redução da polinização e a produção de espigas pequenas e com grãos chochos”, explica Fernando Renó, engenheiro agrônomo e head da área de Agro na EZZE Seguros.

Alta de sinistros

Área nova na EZZE Seguros, que já conta com mais de 300 clientes, oferece um plano de cobertura básica, que contempla, basicamente, riscos climáticos tais como seca, inundações, ventos fortes, granizo e geada, além de incêndios, para todos esses grãos. Este braço de negócio atua também na proteção para culturas de trigo e soja.

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“Prevemos que haverá uma alta de sinistros, porém, ficamos felizes em poder garantir a permanência do produtor no campo, livre de prejuízos. Estamos em um momento difícil da nossa economia e o setor de seguros contribui para manter muitos empregos”, ressalta Fernando.

O relatório da Conab também menciona que no Paraná, muitas perdas já são estimadas, uma vez que as áreas semeadas mais cedo apresentam baixo porte, área foliar reduzida e menor número de fileiras de grãos devido à falta de chuvas dos últimos 2 meses. As lavouras mais tardias, ainda em desenvolvimento vegetativo, mesmo com o atraso no plantio e o risco latente de perdas, apresentam maior vigor e mais chances de recuperação

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