A importância da educação financeira no desenvolvimento da indústria seguradora

Confira artigo de Newton Queiroz, CEO da Europ Assistance no Brasil

A discussão referente ao motivo da baixa penetração dos produtos de seguros e assistência no Brasil normalmente acabam sempre focando em temas culturais ou ineficiências da indústria, ambos muito relevantes para o tema. Porém, existe um ponto adicional que foi exposto durante a pandemia e no qual deveríamos focar pois, é igualmente importante para o êxito do aumento da rede protecional de nossa sociedade.

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Estou falando do tema educação financeira. Ponto este que, muitas vezes, não estava no radar justamente por termos um modelo financeiro muito eficiente (um dos mais eficientes do mundo), e onde acreditávamos, nas últimas décadas, que a grande maioria da sociedade já estava familiarizada com questões financeiras básicas.

Quando foi noticiado que mais de 40 milhões de brasileiros não tinham conta em banco para receber o auxílio emergencial, tivemos o primeiro grande sinal desta lacuna (algo em torno de 19% de toda a população e provavelmente 30% ou mais de pessoas com idade laboral). Agora, como um cidadão pode sequer pensar em aumentar sua rede protecional se nem uma conta no banco tem? E mesmo que tenha a conta no banco, será que realmente se sabe o que fazer com suas economias ou fluxo mensal?

A resposta foi um grande NÃO às perguntas acima pois, o nível de inadimplência durante a pandemia (que já era alto antes da mesma) disparou e colocou no holofote a fragilidade das finanças de uma família tradicional de nosso País.

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Nos últimos tempos, devido ao tema ter me chamado a atenção, terminei por buscar entender melhor sobre o assunto e tive a fortuna de ser apresentado a duas especialistas através de uma grande colega de indústria (Marcia Ribeiro – Diretora do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Rio de Janeiro – IBEF-RJ). As profissionais que menciono são Bia Santos e Carol Campos; sendo que a primeira é CEO de uma escola focada na formação financeira para pessoas de menor renda e a segunda é Diretora Executiva de um grande banco, mas tem grande foco em apoiar jovens que saem da faculdade a melhor entender o mundo das finanças.

O que foi muito interessante nesta troca é que a Bia está justamente estudando o tema de seguros para que possa incluir em suas orientações pois, ela vê no produto de seguros pontos essenciais para uma melhor proteção de seus alunos. Ao mesmo tempo, a Carol cresceu no meio de seguros (seu pai foi corretor toda sua vida) e ela sempre traz o tema seguros em suas mentorias aos jovens.

Menciono o encontro acima para demonstrar que a área de finanças está realmente focada no tema seguros (como já nos foi evidenciado com o forte foco de bancos digitais em produtos de seguros), mas mais importante como profissionais do setor estão engajados a trazer o tópico dentro de suas discussões financeiras, seja com clientes, alunos ou mentorados.

Nossa indústria deveria apoiar a causa da educação financeira pois, antes de qualquer coisa uma pessoa necessita ter a viabilidade financeira para poder pelo menos pensar em produtos relacionados a proteção como seguros e assistências, ou seja, o tema aqui discutido termina sendo tão importante que pode ser até considerado o número um na lista de prioridades em questão de pontos que devem ser trabalhados fora da indústria, porém, que podem ter grande impacto positivo na mesma e na vida das pessoas.

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