Presidente da CNseg avalia que as funções e os produtos de seguros não podem ser comparados com os bancários

Em debate sobre o Open Insurance, Marcio Coriolano destaca que a norma regulatória precisa ser repensada e adaptada

“Os normativos do Banco Central do Brasil, depois copiados para a Susep, foram inspirados nos fundamentos da União Europeia e, no caso dos seguros, precisam de adaptação às condições brasileiras”, afirmou o Presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Marcio Coriolano, em debate sobre Open Insurance promovido pelo Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (SindSeg N/NE). Coriolano argumentou que os paradigmas do sistema aberto de seguros não observam as diferenças estruturais e funcionais entre ele e o Open Banking, especialmente o espaço competitivo, complexidade de produtos, grau de fidelidade, portabilidade e o papel importantíssimo do corretor de seguros.

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“Não se pode comparar um ativo financeiro com um produto de previdência, vida ou grandes riscos. O grau de complexidade destes é muito maior. Assim como o grau de fidelidade e portabilidade é diferente. É mais difícil haver uma migração de pessoas entre instituições bancárias, pela fidelidade. No seguro não. A cada ano que vou renovar o meu seguro de automóvel, eu repenso qual vai ser a minha seguradora. São espaços competitivos completamente diferentes”, explica Coriolano.

A partir desse raciocínio, o Presidente da CNseg destacou então que o volume de dados requerido deve ser moderado de acordo com as especificidades do sistema de seguros. Porque a exigência de um número volumoso de informações, ao invés de facilitar a compreensão do cliente, pode complicar. Outro ponto destacado por Coriolano é que a implementação deveria ocorrer em etapas, a primeira após a conclusão do Sistema de Registros de Operações (SRO). “Ninguém está contra o Open Insurance, a CNseg apoia, porém é preciso observar os princípios da progressividade e simplificação para garantir seu sucesso e economia de custos”, frisou.

Na visão dele, um dos pontos mais importantes sobre a norma regulatória das Sociedades Iniciadoras dos Serviços de Seguros diz respeito ao corretor de seguros, que não está incluído no seu escopo. “Isso nos parece uma falha regulatória que precisa ser suprida. O corretor não está no sistema, e isso nos parece inadmissível”, defendeu.

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O debate iniciou com exposição da coordenadora educacional da Escola de Negócios e Seguros (ENS), a advogada Angélica Carlini, e foi mediado por Ronaldo Dalcin, presidente do Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (SindSeg N/NE).

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