‘Imunização é condição sine qua non para o fim da pandemia’, diz especialista diante do aumento de casos de gripe e Covid-19

Brasil registra mais de 22,6 mi casos e 621 mil óbitos até o momento; Festas de final de ano resultaram em explosão no número de infecções

O Brasil registrou mais de 50 mil casos de Covid-19 no sábado (08). Com isso, a média móvel de infecções subiu para 30.039 por dia no último final de semana – crescimento de 716% em relação aos dados de duas semanas atrás. O País registra mais de 22,6 mi de casos e 621 mil óbitos até o momento.

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Dr. Gino Antonio Romero Ichazo é diretor técnico da DOC24 no Brasil / Reprodução
Dr. Gino Antonio Romero Ichazo é diretor técnico da DOC24 no Brasil / Reprodução

De acordo com o Dr. Gino Antonio Romero Ichazo, diretor técnico da DOC24 no Brasil, a imunização é “condição sine qua non para o fim da pandemia”. Dados do Consórcio de Veículos de Imprensa baseados em informações divulgadas pelas secretarias estaduais de Saúde indicam que 161.727.955 brasileiros receberam a primeira dose da vacina, o que equivale a 75,82% da população. 144.763.135 pessoas estão totalmente imunizadas (com duas doses ou dose única), o que equivale a 67,86% da população brasileira.

“É primordial a vacinação de toda a população já autorizada, incluídos, além dos idosos, as crianças. Como se pode observar, a vacinação em massa proporcionou ao Brasil, País que já registrou elevados índices de óbitos, uma significativa redução de casos graves, o que comprova a eficácia das vacinas”, reforça o Dr. Gino.

A explosão dos casos de gripe H3N2 e Covid-19 após as festas de final de ano é atribuída pelo especialista à flexibilização das medidas de restrição social. “Esse aumento na procura dos atendimentos (não só na telemedicina, como também nos prontos socorros presenciais) era mais que esperado, mas não na proporção do momento”, pondera o diretor técnico da DOC24 no Brasil.

Veja também: Isolamento, testagem e cuidados sintomáticos são fundamentais para conter Influenza e Covid-19

O médico enxerga com otimismo o crescimento na procura por atendimentos através da telemedicina. “Significa que vamos por um bom caminho, já que a população não só aderiu bem ao serviço de atendimento médico virtual, como também confia nessa nova modalidade. A modalidade virtual permite que o paciente não se exponha de maneira desnecessária num pronto atendimento (PA) presencial, onde o paciente – que talvez tenha outra infecção não Covid – possa se contaminar, de fato, com a doença. O Pronto Atendimento virtual, além de trazer segurança e distanciamento social, permite uma triagem adequada dos casos leves e moderados (que são uma grande maioria), dos mais complexos”, explica o Dr. Gino Antonio Romero Ichazo. “Fora o PA virtual, o paciente com sintomas leves tem a opção de fazer um seguimento durante a infecção da Covid e Influenza com equipes médicas treinadas para esse tipo de tarefa. Finalmente, o paciente infectado com Covid, acometido pela forma modera ou grave, pode fazer agendamento e acompanhamento das sequelas com equipes especializadas com diversos profissionais”, completa.

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O Dr. Gino ainda lembra que, assim que os primeiros sintomas surgirem, já é recomendável que o paciente procure por atendimento de saúde. “Apenas o profissional médico é capacitado para reconhecer a gravidade dos sintomas. Uma anamnese adequada, pode fazer a diferença na evolução e prevenção da doença”, cita.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou nesta terça-feira (11) que a variante Ômicron já é prevalente em território nacional. Na cidade de São Paulo, por exemplo, 80% dos casos foram identificados como sendo da nova cepa – de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde. “A nova variante se espalha mais rápido, o que faz com que aumente os números de casos, mas para nossa sorte é menos letal”, analisa o Dr. Gino Antonio Romero Ichazo.

O médico demonstra preocupação com a chegada de uma epidemia de gripe em meio à pandemia de Covid-19. “As duas doenças têm sintomatologia semelhante, isso faz que sejam empregados mais recursos na testagem. Por outro lado, para além do adoecimento da população em geral, constatamos o aumento exponencial de casos de Covid e Influenza nas equipes médicas, o que acarreta maiores atrasos nos atendimentos médicos ante a redução das equipes. Devemos considerar, ainda, o surgimento da Flurona, que é a coinfecção da Covid com a Influenza, doença que tem o condão de agravar a sintomatologia da Covid”, pondera.

Principais recomendações e sintomas: é Gripe, Covid ou Flurona?

O diretor técnico da DOC24 no Brasil alerta que, tendo em vista a similaridade da sintomatologia de ambas as doenças, iniciados os primeiros sintomas, o isolamento do paciente é primordial. “Apenas a testagem diferenciará as enfermidades, motivo pelo qual é imperiosa sua realização. Todas as medidas de biossegurança devem ser mantidas, não é momento de relaxar. À população deve manter ainda o uso de máscaras, álcool gel, distanciamento social, higiene das mãos etc”, afirma.

“A principal diferença entre as patologias reside no tempo de evolução dos sintomas. Na infecção por Influenza os sintomas são mais agudos, aparecendo no início da infecção de forma mais intensa. Já na Covid, os sintomas vão se intensificando com o passar dos dias, até o aparecimento dos sintomas respiratórios já conhecidos, como falta de ar”, finaliza.

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