Benefícios flexíveis são diferenciais competitivos importantes para empresas

Especialista demonstra que programa pode ser decisivo no processo de potencialização e valorização do capital humano para uma companhia

Um trabalhador feliz é 31% mais produtivo, três vezes mais criativo e vende 37% mais, de acordo com um estudo realizado pela Universidade da Califórnia. Satisfazer, engajar e reter talentos são alguns dos principais desafios das empresas em qualquer parte do mundo. No Brasil, talvez a tarefa esteja um pouco mais árdua, dado que um estudo feito pela entidade americana The Conference Board, aponta que o país ocupa a 75ª colocação no ranking mundial de desempenho da produtividade e a 15ª posição se analisados apenas os países da América Latina.

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“Comparativamente, de acordo com essa pesquisa, os trabalhadores norte-americanos são 75% mais produtivos que os brasileiros. A diferença é enorme e a explicação pode estar no modelo de contratação de mão de obra das empresas por aqui”, analisa José Carlos Figueira, diretor da Energy People – consultoria estratégica e operacional de RH.

De acordo com o executivo, as empresas operam, no Brasil, de acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e oferecem benefícios adicionais aos colaboradores. Entre os mais comuns estão o vale refeição, o vale alimentação e assistência médica. Atualmente, segundo Figueira, as empresas vêm enxergando a necessidade de elevar a experiência dos funcionários, de modo que eles possam trabalhar e viver melhor. “O meio encontrado para isso foi oferecer benefícios empresariais mais atrativos, mostrando a preocupação da organização com os colaboradores, sua disposição e vontade em investir em pessoas”, explica.

Os chamados Benefícios Flexíveis são atrativos importantes e têm se tornado diferenciais competitivos para as empresas. De acordo com o Employee Benefits Study 2019, publicado pela seguradora MetLife, por exemplo, 55% dos colaboradores são altamente atraídos por benefícios na hora de escolher a vaga à qual irão se candidatar e 53% afirmam que um bom pacote de benefícios aumenta a lealdade à empresa, ou seja, contribui diretamente para a retenção de talentos.

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Segundo Figueira, é interessante disponibilizar aos funcionários benefícios que contemplem áreas como bem-estar (planos de saúde, academia, assistência psicológica, vale-refeição e vale-alimentação, cestas básicas, cartão farmácia ou outra iniciativa que contribua com a qualidade de vida dos colaboradores); flexibilidade (day-off, dress code flexível, licenças especiais, horários flexíveis, home office total ou parcial); crescimento profissional (auxílio-educação para cursos e pós-graduação, bolsas de estudo, vale-cultura e programas de treinamento e desenvolvimento na empresa) e financeiro (empréstimos subsidiados, participação nos lucros, compra de ações e salário sob demanda).

O executivo ressalta que, ao oferecer benefícios padrão de mercado, sem flexibilidade, muitas empresas acabam gastando muito dinheiro sem que os colaboradores reconheçam seu valor. É um gasto sem eficácia. Por isso ele recomenda que as Áreas de RH busquem ajuda especializada e ferramentas adequadas para estruturar um programa de benefícios flexíveis, no qual os colaboradores possam compor suas “cestas” de benefícios com o que fizer mais sentido para suas necessidades.

“Um profissional que trabalha 80% do tempo home office provavelmente terá necessidades diferentes daquele que está 100% do tempo no escritório. Da mesma forma, dependendo de fatores como idade, composição familiar e estilo de vida, cada colaborador irá valorizar os benefícios de maneira diferente. Todos esses elementos reunidos têm o objetivo final de promover o clima positivo na empresa, aumentando a atração e retenção de talentos, além de fazer com que as pessoas se sintam mais valorizadas”, finaliza o diretor da Energy People.

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