Altevir Prado, presidente do Sindseg PR/MS, aponta equilíbrio do setor de seguros como um dos principais desafios para 2022

Economista participou do programa Seguro Sem Mistério, na quinta (27)

Veiculado em TV fechada para 40 municípios do Rio Grande do Sul e também na internet, o programa Seguro sem Mistério da última quinta-feira (27) teve grande audiência e interação dos espectadores com o convidado especial, Altevir Prado, presidente do Sindicato das Seguradoras do Paraná e Mato Grosso do Sul (Sindseg PR/MS), que fez balanço do ano passado e projeções para 2022.

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Altevir iniciou sua exposição­­­ agradecendo a participação do público seleto que acompanhava a transmissão, entre os quais, o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Paraná (Sincor–PR), Wilson Pereira; o presidente do Sindicato das Seguradoras do RS (Sindseg RS), Guilherme Bini, diretores de seguradoras, corretores, além dos jornalistas Julia Senna Carvalho e William Anthony, responsáveis pelo programa.

O presidente do Sindseg PR/MS disse que 2021 foi extremamente desafiador e destacou o crescimento do mercado de 13% que, na avaliação dele, foi positivo em relação a outros setores de economia em retração, mas se descontada a inflação, segundo ele, não foi exatamente um crescimento real, e sim, nominal.

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Altevir Prado explicou que há uma diferença entre inflação de custo e inflação de oferta e que a última é pior, exatamente a experimentada em 2021. “Nos indenizamos bilhões de reais mas contratamos por bilhões menos ´x´. Isso vale para o mercado de seguros de saúde suplementar, mas vale também para o de automóvel”, exemplificou. “Quando se contratou um seguro por uma tabela FIPE de R$ 40 mil, ao longo do ano os automóveis usados se valorizaram muito e na hora de indenizar a seguradora teve um desembolso muito maior do que o previsto, de R$ 55 ou 58 mil”, disse.

“Com isso a importância de um mercado segurador robusto, que segue rigorosamente as regras, pode oferecer segurança aos segurados, e numa situação dessa, as reservas constituídas pelas seguradoras fazem com que as indenizações sejam pagas tranquilamente”, reiterou o presidente do Sindseg PR/MS.

Crescimento das compras online

Indagado sobre o expressivo aumento de 71% nas compras online durante a pandemia e as possíveis repercussões no mercado, Altevir lembrou que esse crescimento foi inicialmente impulsionado pelo isolamento social. “O corretor não deve confundir modismo com mudança. Venda pela internet não é modismo, mas precisamos nos afundar nessa discussão. Corretor tem que dar essa opção para o consumidor? Sim. Significa que o consumidor vai usar essa opção? Não necessariamente. O homem nasceu para viver em sociedade. Temos cinco sentidos. Uma compra passa por estes cinco sentidos. Quando você vai para o caminho da internet precisa ver se vai satisfazer esses sentidos. Talvez siga essa tendência em algumas modalidades em que a compra é por necessidade, para o público mais jovem, o que também não é uma regra”, explicou.

Altevir disse enquadrar o seguro no campo do desejo. “Aí eu preciso do estímulo. O mercado de seguros essa questão de se sentir protegido, o cuidado caso acontecer um caso fortuito. Estamos no campo do desejo, onde o estímulo é necessário. A venda do seguro deve preservar o caminho tradicional, corretor sentar com o segurado, avaliar as necessidades, ajustar o melhor produto para aquele perfil. Eu temo que nos caminhos digitais essa questão do relacionamento fica prejudicada”, destacou.

Projeções

Na visão do presidente do Sindseg PR/MS, não se avizinha um processo eleitoral tranquilo, o que gera insegurança para a sociedade e para o mercado – que segura investimentos repercutindo em queda da atividade econômica, emprego e renda.

“Em outro aspecto temos a questão cambial, o dólar se valorizando e boa parte dos nossos bens de consumo são importados. Os componentes da indústria automobilística, por exemplo, são todos importados, então gera inflação”, analisou.

Altevir Prado ressaltou que a inflação na área da saúde suplementar é ainda mais desafiadora porque os insumos são todos importados, sobem na cadência do dólar e as seguradoras têm dificuldade em repassar esses reajustes em momento de crise econômica. “A combinação desses fatores nos encaminha para um ano mais desafiador. Sem falar nas incertezas da pandemia. Quando achamos que tinha superado, os números especialmente de casos dão um repique. Receio que o ano não será fácil. Tomara que eu esteja errado, mas a forte indicadores para essa tendência. Tudo isso agravado pela baixa produtividade da safra neste ano, por fatores climáticos, houve muita perda”, completou.

Encerramento

O convidado especial do programa Seguro sem Mistério finalizou sua exposição fazendo uma análise socioeconômica muito positiva da Região Sul do Brasil. Falou sobre a pujança econômica e cultural dos três estados, destacando o turismo e o agronegócio. Altevir também reiterou sobre a importância da formação humana, do estudo contínuo, da leitura e da correta aplicação da língua portuguesa, enfatizando a necessidade de aprofundamento no estudo do seguro para poder comercializar o produto de maneira assertiva.

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