Gestão de risco de crédito é o instrumento mais eficaz para reduzir inadimplência

Instrumentos de análise do cliente são ferramentas de prevenção para a estabilidade do negócio

O nível médio de endividamento dos brasileiros em 2021 bateu recorde, quando comparado aos últimos 11 anos, alcançando o patamar histórico de 76,3% do total de famílias com dívidas. Esses dados, da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada no dia 18 de janeiro pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), refletem o dia a dia das empresas, mas que não precisam correr riscos desnecessários relacionados à inadimplência, afinal, como muitos empresários e gestores bem sabem, o fluxo de caixa é o que mantém a vitalidade, do ponto de vista econômico, do negócio. Se está positivo, é sinal que as coisas caminham no rumo certo e que é possível honrar os compromissos e ter lucro. Quando o fluxo é negativo, o que pode ocorrer até mesmo com vendas e prestações de serviços elevadas, algumas medidas precisam ser tomadas para restabelecer a saúde do estabelecimento.

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Na prática, pior do que não vender é vender e não receber. “Por isso é fundamental que as organizações – pequenas, médias ou grandes – gerenciem de perto os fluxos de caixa, observando, principalmente, eventual impacto de uma mudança no volume de clientes inadimplentes, evitando possíveis ameaças”, alerta Guilherme Cortez, coordenador de investigação da Leme Inteligência Forense, enaltecendo que a análise de risco de crédito, somada ao planejamento e ao controle sobre as finanças, é a ferramenta mais importante para manter o negócio longe das dívidas de clientes.

Tudo porque, explica o especialista, a “intuição” não é, nem de longe, uma atitude eficaz e segura na hora de conceder crédito, principalmente na conjuntura atual, com inflação e juros em alta e a economia do país oscilando frequentemente em razão de decisões políticas e movimentos governamentais. Por outro lado, como em qualquer processo de concessão de crédito, é fundamental uma pesquisa criteriosa de extensas listas de documentos, que devem ser resgatados em diferentes órgãos expedidores, o que demanda trabalho e muito tempo do time de backoffice. “E isso, além de um processo lento e burocrático, pode perfeitamente vir acompanhado de erros e equívocos humanos”, pontua Cortez.

Para agravar ainda mais a situação, não são poucos os negócios que priorizam a quantidade do crédito, em vez da qualidade. “Ocorre que negociar dívidas nunca foi e nunca será uma tarefa simples. E a experiência mostra que quanto maior o tempo de atraso de quitação do pagamento, menores são as chances, para a empresa, de conseguir receber o dinheiro porque as multas e os juros ampliam o valor original do déficit, deixando a conta para lá de elevada, e o inadimplente, muitas vezes, desconsidera a existência daquela obrigação e perde o interesse em quitar os valores devidos”.

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Então, para escapar desses riscos que envolvem a inadimplência, o ideal é que as empresas priorizem uma carteira reduzida de clientes bons pagadores ante uma grande quantidade, que dará aquela dor de cabeça para pagar. “É como ensina dois ditados populares: ‘mais vale um pássaro na mão do que dois voando’ e ‘prevenir é o melhor remédio’”, recorda coordenador de investigação da Leme Inteligência Forense, recomendando, por fim, uma gestão profissional acerca do assunto, e que, de preferência, conte com instrumentos de análise, que se utilizam de critérios técnicos estudando o histórico do cliente e seu perfil de consumo – uma atitude de precaução fundamental para a estabilidade do negócio.

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