Newton Queiroz: Já existe uma solução para o Seguro Cibernético?

Confira artigo do CEO da Europ Assistance Brasil e CEABS Serviços

Há alguns anos, o mercado mundial vem trabalhando para desenvolver o seguro cibernético. Sendo que até dois ou três anos atrás, cada grupo tinha uma visão para o produto e sua própria definição de como deveria funcionar.

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Porém, após algumas visões serem desconstruídas, as seguradoras voltaram à prancheta para poder redesenhar seus produtos. Quando falo de visão, se refere ao entendimento que os bancos (mundialmente falando) eram as empresas mais seguras do mundo e, portanto, as melhores em termos de oferta do seguro cibernético. Sendo que isso se mostrou não ser real, após diversos ataques a bancos que resultaram em inúmeras reclamações para as seguradoras em âmbito mundial.

Logo após estes incidentes, o foco foi em corporativos médios, ou alguns maiores, mas de atividades menos chamativas. Novamente o mercado sofreu uma grande decepção, quando inúmeros negócios (de várias indústrias e tamanhos) foram atacados pelos mais distintos motivos. Sendo que durante a pandemia este número só aumentou, assim como a complexidade para as seguradoras.

Desde sua primeira concepção, até hoje, o seguro cibernético evolui muito – porém, não na velocidade em que os avanços tecnológicos e de hackers, ou seja, deixando sempre o produto alguns passos atrás e com isso criando grandes exposições para as seguradoras que desejam trabalhar com este segmento.

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Icatu Seguros no JRS

Notem que a alguns anos, quando falamos de plano para contingência de negócio em decorrência de uma situação atípica, normalmente pensamos em incêndios destruindo todo um site ou outro tipo de ação que gera uma destruição material. Hoje, ao lado destes cenários, estão os ataques cibernéticos que têm a mesma (ou mais) força de dano em relação a qualquer tipo de negócio.

Aqui no Brasil, só este ano já sofremos alguns grandes ataques a setores públicos, o que trouxe inúmeros inconvenientes para a população; e ao mesmo tempo o questionamento “Se o governo não está seguro, quem está?”.

No âmbito pessoal, tivemos um grande aumento no número de ataques em relação a clonagem, utilização de dados e outros. Portanto, a demanda por uma solução de seguro cibernético pessoa física aumentou significativamente, sendo que hoje é possível encontrar algumas soluções que podemos classificar como parciais.

O tema da segurança cibernética só deve aumentar nos próximos anos, assim como sua complexidade, o que traz à tona a questão de quando teremos um produto adequado para este risco? Tanto no que tange cobertura mínima, quanto no que tange a segmento (corporativo, SME e pessoa física).

Muitas empresas vêm investindo valores significativos para desenvolver tais produtos, mas até o momento o resultado não foi satisfatório e, portanto, a busca seguirá por algum tempo.

Para o corretor, é importante ficar atento na hora de comercializar algum produto de segurança cibernética, justamente para que possa ter a certeza do alcance das coberturas que estão sendo oferecidas a seus clientes.

Até que existam tais produtos, o melhor que podemos fazer, é efetuar uma revisão dos riscos de nossos clientes, verificar qual produtos melhor cobre os riscos que se tem conhecimento hoje; e os que não podem ser cobertos, colocar um plano de mitigação de risco para auxiliar em eventual ataque.

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