Rússia x Ucrânia: mercado financeiro reage ao início dos ataques

Commodities, fornecimento de energia na Europa, posição da China, volatilidade do dólar e reações das Bolsas devem ser as próximas pautas de debate, estima Santa Fé Investimentos

O noticiário começou tenso nesta quinta-feira (24). A Rússia decidiu atacar a Ucrânia e estabeleceu uma presença militar no território vizinho. Kiev classificou como um começo de uma invasão total. “Houve início da invasão na Ucrânia, que não era algo tão aguardado. Uma guerra maior envolvendo Otan, Rússia, Estados Unidos e demais países da Europa seria quase improvável”, estima Fábio Focaccia, diretor de estratégia da Santa Fé Investimentos.

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Entretanto, o estrategista alerta que a China é um ponto de atenção nesse contexto. O país asiático ainda não assumiu um lado, uma vez que a nação possui a mesma sensibilidade com Taiwan. “Se acontecer algo semelhante, o lado ocidental deve adotar sanções contra a China, da mesma forma que tem sido feito com a Rússia. Ou seja, se ambas as nações emergentes se apoiarem nesse estágio, temos um cenário perigoso”, salienta.

Do ponto de vista global, fiscal e econômico, a Rússia é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, além de ser um dos maiores fabricantes e fornecedores de gás natural – energia utilizada na Europa. Alemanha, França e Itália são impactadas diretamente nesse fornecimento. Há possibilidades de problemas de pressão inflacionária. As commodities – metálicas e agrícolas – podem ver seus preços disparando mundialmente.

“É um cenário de bastante cautela. Precisamos entender a posição da China e como fica a questão inflacionária no mundo com essa tensão entre Rússia e Ucrânia”, acrescenta Focaccia. O mercado financeiro estará atento aos próximos capítulos: o dólar pode reagir ao conflito do Leste Europeu, da mesma forma que as bolsas mundiais podem se volatilizar.

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