BB Seguros patrocina turnê que traz à luz composições inéditas de Pixinguinha

Espetáculo ‘Pixinguinha como Nunca’ percorrerá CCBBs de Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Belo Horizonte entre 17 de março e 1º de maio

O Centro Cultural Banco do Brasil e a BB Seguros apresentam, a partir de março, uma seleção de 26 obras inéditas de ninguém menos que o genial Pixinguinha, um dos músicos mais completos que o Brasil já produziu. O espetáculo Pixinguinha como Nunca percorre as unidades de São Paulo (17 a 19 de março), Rio de Janeiro (23 e 30 de março e 6 de abril), Brasília (1 a 3 de abril) e Belo Horizonte (29 e 30 de abril e 1º de maio), com direção artística do ator e cantor Marcelo Vianna, neto de Pixinguinha, direção musical e arranjos do músico, produtor e pesquisador Henrique Cazes e direção executiva de Lilian Barretto.

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“É muito gratificante, além de marcante, poder apoiar este verdadeiro tesouro, que é o arquivo das obras de um dos maiores compositores da nossa história”, celebra Fabio Mourão, superintendente de marketing da Brasilseg, uma empresa da BB Seguros. Nos últimos 10 anos, a companhia apoiou 105 projetos por meio da Lei de Incentivo à Cultura, impactando mais de 19,5 milhões de pessoas.

Henrique Cazes, com seu cavaquinho, estará à frente do Sexteto do Nunca, conjunto instrumental completado por Marcelo Caldi (sanfona), Carlos Malta (flauta e sax), Silvério Pontes (trompete e flugelhorn) Marcos Suzano (percussão) e João Camarero (violão de 7 cordas). Em participação especial, Marcelo Vianna. Em um dos três dias de espetáculo, em cada cidade, haverá um bate-papo com os músicos sobre o modo composicional de Pixinguinha e como os arranjos foram pensados para quais instrumentos (confira as datas dos bate-papos no serviço).

“Os arranjos dão ênfase à perene modernidade do gênio do choro”, explica Cazes, que procurou contemplar a grande riqueza rítmica da obra de Pixinguinha na escolha do repertório. A seleção das obras inéditas que estão no programa do espetáculo segue a panorâmica de gêneros que Pixinguinha abordou. Choro, samba, polca, tango, o choro mais dolente, todo um arco com as composições dos anos 1910 até 1960.

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A descoberta das inéditas é o resultado de uma cuidadosa pesquisa no acervo do compositor, encampada no ano 2000 pelo Instituto Moreira Salles, que se somou em 2017 à varredura no material em posse de outros compositores e instrumentistas. O resultado trouxe à luz mais de 50 músicas jamais gravadas — algumas, apenas tocadas em transmissões radiofônicas.

Pode parecer estranho que a obra de um nome tão impressionante da música brasileira, que alcançou tamanho respeito – Carinhoso, afinal, é tido como um hino não oficial da MPB – tenha ainda trechos de sombra. Henrique Cazes, que mergulhou na música de Pixinguinha há mais de 30 anos – fundou a Orquestra Pixinguinha, que saiu em disco em 1988, registrando as fantásticas orquestrações de Pixinga – vê algumas pistas. “Pixinguinha é uma figura mitificada, às vezes adorada, mas sua produção musical em si é pouco estudada”, diz. “Há circunstâncias históricas a considerar. Uma delas, a invasão das big bands americanas no rádio dos anos 1930, e a reação a isso foi transportar tudo o que havia antes para a gaveta do ‘passadismo’. O choro fica velho de um dia para o outro. E de certo modo, submerge para o grande público por longas décadas”.

Cazes vê ainda outra questão nessa ausência — cultural. “E, claro, há uma dificuldade de base, a de enxergar um homem negro como criador estruturante, e não como artista espontâneo. Portanto, o estudo de sua produção por muito tempo não se aprofundou na direção da sua finíssima técnica”. Na escolha dos músicos que compõem o sexteto, Cazes e Vianna miraram um pouco fora do círculo habitual do choro – “quis montar um som menos convencional, com presenças de Malta e Suzano, por exemplo”.

Marcelo Vianna e Henrique Cazes fizeram uma robusta série de aulas-espetáculos entre 2015 e 2017 em torno da obra de Pixinguinha – “Pixinguinha: as 5 estações”. O projeto da reunião das inéditas começou em 2018. A seleção das obras inéditas que estão no programa do espetáculo segue a panorâmica de gêneros que Pixinguinha abordou.

“Na verdade, falar em 50 inéditas nos parece, diria, uma subnotificação”, avisa Cazes. “Pixinguinha entregava partituras sem cópia para músicos amigos, por exemplo, assim como orquestrações ficaram dispersas; o baú ainda reserva surpresas”.

Marcelo Vianna ressalta que essa é “uma nova chance de conhecer um dos maiores da música”. “Lido com esse acervo desde que me profissionalizei na música e no teatro, e tenho a percepção do herdeiro, mas também do brasileiro, com um orgulho infinito”.

Encantamento é palavra repetida pelos dois parceiros no projeto. “Em meio a tantas perdas, a música de Pixinguinha traz luz e energia”, garante Cazes, que tocou cada uma das partituras descobertas “com um prazer indescritível”. Marcelo, que lembra a proximidade do cinquentenário de morte de seu avô, em 2023, não tem dúvidas: Pixinguinha “é aqui e agora, contemporâneo, eterno”.

Programa 1º espetáculo (Obs: em cada dia de show haverá obras novas)

  • Abertura (versos de Moacyr Luz sobre fragmentos de Pixinguinha);
  • Lembro-me do passado (Pixinguinha) polca choro;
  • Choro nº 7 (Pixinguinha);
  • Choro em Fá maior (Pixinguinha);
  • Para não te esquecer (Pixinguinha) choro canção;
  • Feitiço (Pixinguinha) samba;
  • Miúdo(Pixinguinha);
  • Jagunça (Pixinguinha) polca vagarosa;
  • Modinha (Pixinguinha);
  • Choro de “Um dia qualquer” (Pixinguinha);
  • Paraibana (Pixinguinha) valsa;
  • ‪Pela última vez (Pixinguinha);
  • Foge de mansinho (Pixinguinha) choro dolente;
  • No cacique do Armando (Pixinguinha);
  • One Step (Pixinguinha);
  • Do tango ao amor (Pixinguinha);
  • Meu Coração (Pixinguinha / Danton Vampré / Alberto Deodato);
  • Amor de sertaneja (Pixinguinha / Danton Vampré / Alberto Deodato);
  • Caboclo lindo (Pixinguinha / Danton Vampré / Alberto Deodato);
  • Saudades do Cafundá (Pixinguinha);
  • Luiz tocando (Pixinguinha) maxixe;
  • Carinhoso (Pixinguinha-João de Barro) 1ª vez com letra inédita de Pedro Caetano, 2ª vez com letra de João de Barro

Serviço

  • Pixinguinha como nunca;
  • Dias: 17 a 19 de março;
  • Horário: quinta e sexta, às 18h30min e sábado, às 17h;
  • Bate-papo com os músicos: 18 de março, após o espetáculo;
  • Ingressos: R$ 30,00 – inteira;
  • R$ 15,00 – Funcionários e clientes do BB, estudante, professores da rede pública, sênior acima de 60 anos;
  • Bilheteria: de quarta a segunda, de 9h às 12h;
  • Vendas online: Eventim, neste endereço.
  • Duração: 60min;
  • Capacidade: 120 lugares;
  • Classificação indicativa: livre;
  • Local: CCBB SP;
  • Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico;
  • Contato: (11) 4297-0600 / ccbbsp@bb.com.br ou através do site;
  • Acesso para portadores de necessidades especiais.

Ficha técnica

  • Sexteto do Nunca;
  • Henrique Cazes – cavaquinho;
  • Marcelo Vianna – voz
  • Marcelo Caldi – sanfona;
  • Carlos Malta – flauta e sax;
  • Silvério Pontes — trompete e flugelhorn;
  • Marcos Suzano – percussão;
  • João Camarero – violão de 7 cordas;
  • Direção artística: Marcelo Vianna;
  • Direção musical e arranjos: Henrique Cazes;
  • Direção executiva e Coordenação geral: Lilian Barretto;
  • Produção executiva: Sonja Figueiredo;
  • Assessoria de produção: Isabelle Suarez.

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