Saldo do Caged surpreende e País cria 328,5 mil empregos formais em fevereiro

Confira análise do time de analistas do Banco Original Marco A. Caruso; Lisandra Barbero e Eduardo Vilarim

Surpreendendo o mercado, os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados com Carteira de Trabalho Assinada (Caged), mostram que o saldo de fevereiro foi de 328,5 mil empregos formais, o equivalente a criação líquida de 201,4 mil na série livre de efeitos sazonais. O resultado veio muito acima tanto das nossas expectativas (170 mil) quanto do consenso do mercado (220 mil). Com isso, o Brasil alcança um estoque de 41,8 milhões de postos de trabalhos regidos pela CLT, maior nível da série histórica iniciada em janeiro de 2007.

Publicidade

Chama atenção tanto a alta de 3,7% m/m das admissões em fevereiro quanto o aumento de 1,4% m/m dos desligamentos, ambos já dessazonalizados, mas, diferente da divulgação anterior, todos os setores apresentaram uma variação marginal positiva no saldo das contratações. O país também criou 8,8 mil postos de trabalho intermitentes (4,4%) e 9,5 mil postos de trabalho parciais (9% m/m).

O Ministério do Trabalho também informou que 715,5 mil empregos (ante 853 mil anteriores) ainda estavam vinculados à garantia provisória de emprego pelo Novo Benefício Emergencial (Bem) (programa criado durante a pandemia que permitiu desde a suspensão até a redução de carga horária e salário, medida que tem ajudado a limitar o número de desligamentos) em fevereiro, saldo que deve chegar a 173.876 em abril de 2022. Esse montante equivale a 1,7% do estoque total de empregos e reflete os acordos celebrados até 26 de agosto de 2021.

O salário médio real de admissão mensurado pelo Caged recuou de R$ 1.939,80 em janeiro para R$ 1.878,66 em fevereiro (-3,2%), equivalente também a uma variação de 2,5% na comparação interanual.

Publicidade

Olhando à frente, nossa projeção de avanço de 0,5% do PIB, apesar de demonstrar uma atividade mais fraca, ainda sinaliza um avanço no saldo de empregos formais. Um exemplo é a volta da mobilidade urbana (sobretudo no Varejo e Lazer, como reporta o Google em seus relatórios de mobilidade da comunidade), que deve impactar positivamente as contratações no setor de comércio e serviços.

Divulgação
Divulgação
Divulgação
Divulgação
Divulgação
Divulgação

Artigos Relacionados