Bolsas fecham em queda e dólar a R$ 4,71 antes do feriado de páscoa

Investidores estão cautelosos em função das pressões inflacionárias globais

O Ibovespa fechou a semana em baixa de -1,81%, voltando a faixa de 116 mil pontos, com investidores cautelosos em função das pressões inflacionárias globais e resposta dos bancos centrais, em especial hoje do Banco Central Europeu (BCE).

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O dólar fechou em leve alta de 0,2%, a R$ 4,6968, e encerrou a semana com uma baixa acumulada de 0,3%. No mês, o dólar recua 1,3% e, no ano, a baixa é de 15,75%.

  • IBOV 116.181 pontos (-0,51%)
  • S&P 500 4.392 pontos (-1,21%)
  • DÓLAR R$ 4,7139 (+0,54%)

Os juros futuros, por outro lado, tiveram sessão de alta firme, em linha com o rendimento (yield) dos treasuries. O DI para janeiro de 2023 encerrou a sessão regular a 13,10%, de 13,07% no ajuste anterior, e o DI para 2027 foi para 11,89%, de 11,72%.

O novo presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, afirmou em sua posse que “a prática de preços de mercado é condição necessária para a criação de um ambiente de negócios competitivo, para atração de investimentos, para atração de novos agentes econômicos no setor, para expansão da infraestrutura do país e a garantia do abastecimento”.

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Em sua fala, Coelho disse também que seguirá o plano de negócios da companhia, elogiou o modelo de gestão que vem sendo aplicado desde 2017 e reforçou a intenção de manter a agenda de desinvestimentos para focar da exploração e produção de petróleo e gás em águas profundas e ultra profundas.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) manteve, como era esperado, inalterados os juros, mas o tom das declarações da presidente da instituição, Christine Lagarde, durante entrevista, foi menos agressivo do que se previa por parte do mercado. Ela manteve a perspectiva de fim das compras líquidas de bônus no terceiro trimestre e elevação dos juros “algum tempo” depois disso e lembrou que o impacto da guerra da Ucrânia na zona do euro será maior do que nos Estados Unidos. O anúncio levou o euro ao menor valor em 23 meses ante o dólar e impulsionou o índice DXY de volta aos 100 pontos. Aqui, o dólar teve alta moderada e perto dos R$ 4,70.

Os contratos futuros de petróleo viraram para cima, após uma reportagem do The New York Times informar que a União Europeia prepara o esboço de um plano para proibir a importação da commodity da Rússia. A alta do petróleo voltou a fazer sombra nos ativos de Azul e Gol, com quedas de 5,04% e 3,53%. Embraer perde 1,44%.

Com o avanço das taxas dos títulos americanos e da curva de juros futuros, nas máximas, as ações de varejo, incorporadoras e techs voltaram a registrar as maiores quedas. Na ponta mais negativa do Ibovespa surgem Yduqs, Petz e Americanas.

*Elaborado pelo time de Research e Estratégia da Terra Investimentos: Eliz Sapucaia e Régis Chinchila.

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