Razões que norteiam o crescimento do mercado de seguros em 2021

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Confira artigo de Ronaldo Dalcin, presidente do Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (Sindsegnne), entidade que há 65 anos representa e dissemina a cultura de seguros na sociedade

Tenho acompanhado periodicamente os movimentos dos segmentos econômicos, especialmente do pujante mercado segurador. Escrevo pujante não à toa, pois somente em dezembro do ano passado esse setor auferiu crescimento na ordem de 15,1%, comparado ao mesmo período de 2019. Na visão anual, houve um crescimento na ordem de 1,3%, com arrecadação em R$273,7 bilhões.

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Estamos falando de um ano pandêmico com todos os impactos que essa situação exerce sobre a economia: redução de renda, índices elevados de desemprego, retração no PIB e uma tendência de aumento da inflação. Claro que esses fatores têm peso relevante sobre a performance do setor de seguros, mas que mesmo assim seguiu como um segmento robusto, que demonstrou grande capacidade de adaptação e, principalmente, resiliência.

Iniciamos o ano de 2021 e ainda continuamos tendo boas perspectivas, mesmo sabendo de todos os desafios que temos pela frente, especialmente no que se refere às reformas prometidas pelo governo. Sob a visão de um otimista inveterado que sou, quero aqui trazer uma leitura das boas perspectivas do mercado segurador, apresentando cinco motivos que me levam a crer que o segmento continuará prosperando.

Em primeiro lugar, a pandemia comprovou o quanto somos vulneráveis. Nessa linha, certamente o sentimento de necessidade de proteção ampla e familiar aumentou. Além disso, o consumidor ficou muito mais criterioso e analítico, o que julgo como fatores extremamente positivos. Nos faz sair da zona de domínio (e não acomodação) e convida à inovação, trazendo mais possibilidades aos consumidores.

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A tecnologia inclusiva, com o ser humano sempre no centro, veio para ficar. Muitas empresas demonstraram iniciativas interessantes nesse sentido. Prova disso são as Insurtechs aprovadas pela Superintendência de Seguros Privados – Susep via Sandbox, que é um programa que possibilita o recebimento de projetos inovadores, contribuindo para a elevação da participação do mercado segurador no PIB brasileiro.

Outra boa perspectiva para o segmento diz respeito ao marco regulatório do saneamento que prevê investimentos de R$700 bilhões, até 2033, em obras estruturais e que trarão inúmeras oportunidades ao nosso setor. Há, também, a previsão de geração de 700 mil empregos. O SPC – Simplificação, Personalização e Customização, também é uma oportunidade. O cliente quer uma experiência que traga soluções personalizadas, que seja simples, de fácil entendimento e com um proposta de valor (que não necessariamente passa por preço baixo).

Avaliando a participação da nossa indústria sobre o PIB, 6,7%, ainda é baixa se comparada, inclusive, com países vizinhos da América Latina. No segmento de seguros de automóvel, por exemplo, estatísticas apontam que menos de 30% da frota brasileira está segurada. Temos aqui, certamente, grande espaço para evolução, potencializada pelo aumento da bancarização. Aproximadamente dez milhões de pessoas foram bancarizadas nessa pandemia. E tem espaço para crescimento, pois ainda somos 45 milhões (classes C, D e E) de desbancarizados. O setor de seguros colherá bons frutos dessa inclusão financeira, certamente na linha dos microsseguros.

Por fim, levanto a bandeira de que cooperar é sempre melhor do que competir, principalmente em momentos difíceis como este pelo qual estamos passando. Ficou claro que somente com a união e engajamento de todos os agentes desse ecossistema, continuaremos a construir a indústria de seguros brasileira. E tivemos bons exemplos que ficam, também, como legados perpétuos e positivos dessa pandemia.

*Ronaldo Dalcin é presidente do Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste (Sindsegnne), entidade que há 65 anos representa e dissemina a cultura de seguros na sociedade

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